Volume do caixa dois é ignorado, afirma Gustavo Fruet

O sub-relator para movimentação financeira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB/ PR), considera pouco provável que seja totalmente apurada a circulação do dinheiro, liberação de recursos de empresas, movimentação bancária do empresário Marcos Valério e destino final, que envolveria um possível esquema de caixa dois em campanhas eleitorais, apesar das quebras de sigilo de pessoas físicas e jurídicas realizadas pela comissão.

Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o deputado afirmou que, mesmo assim, boa parte da origem dos recursos já foi identificada. "Há mais de 16 milhões de movimentações bancárias, envolvendo as pessoas físicas e jurídicas que tiveram o sigilo quebrado nesse período", afirmou.

Sobre a movimentação do empresário Marcos Valério, Fruet revelou que já foi feita uma auditoria do período de 2000 a 2005 e da destinação dos recursos, praticamente fechando a relação dos que receberam o dinheiro, através de saques ou através do repasse. "Mas é muito difícil que se feche toda a conexão com relação à origem do dinheiro, em especial, lembrando que o dinheiro não sai carimbado", explicou.

O parlamentar disse que o pedido para ouvir os depoimentos da funcionária da direção nacional do PT, Solange Pereira de Oliveira, e da ex-assessora financeira do partido de Londrina, Soraia Garcia, foi feito com o objetivo de esgotar todas as frentes de investigação, mesmo que possam acrescentar pouco nesta fase dos trabalhos.

Segundo Fruet, no caso de Solange Oliveira embora a funcionária não tivesse poder de decisão, ela trabalhou diretamente na secretaria do PT, ligada ao ex-tesoureiro Delúbio Soares. "Existem algumas operações e pessoas que receberam recursos e que não temos ainda esclarecimento. O objetivo é buscar auxílio dela nessas respostas", disse.

Fruet também disse que os integrantes da comissão não podem permitir que a CPMI vire um jogo de compensação e de retaliação por conta do ano eleitoral. "Esse cuidado temos que ter porque a CPMI avança em um ano eleitoral e se verifica que os ânimos começam a ficar mais acirrados", destacou. O parlamentar lembrou que a disputa política é própria de uma CPI e do Congresso e o limite é muito tênue. Fruet defendeu que a discussão não pode resvalar para um enfrentamento "menor" que prejudique os trabalhos de investigação.

Voltar ao topo