Virgílio garante 30 votos do grupo de Garotinho

Brasília – O ex-governador e atual secretário de Governo e Coordenação do Rio, Anthony Garotinho, afirmou ontem que 30 deputados federais ligados a ele votarão no candidato avulso à presidência da Câmara, Virgílio Guimarães (PT-MG). "São 30 deputados: 18 do PMDB, 6 do PSC e mais alguns outros partidos que vão apoiar a candidatura de Virgílio", disse Garotinho, que tomou café da manhã em um hotel de Brasília com o petista mineiro e mais 15 deputados.

O ex-governador afirmou que não quer transformar a eleição para a presidência da Câmara em uma luta de oposição, mas culpou o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, de pôr o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Rio de Janeiro. "Em determinado ponto, ele (Dirceu) conseguiu o intento dele", disse. Garotinho afirmou que está apoiando Virgílio Guimarães porque ele é o melhor candidato à sucessão de João Paulo Cunha. "Para nós é melhor apoiar quem tem palavra e o Virgílio cumpriu tudo que prometeu para o Rio na reforma tributária. Não sou oposição radical ao governo", afirmou o ex-governador.

Ao seu lado, Virgílio fez questão de lembrar que é do PT. "E isso assegura a tradição e a proporcionalidade partidária na Câmara. A regra está mantida", disse o deputado. Pela tradição, cabe ao maior partido da Câmara, no caso o PT, indicar o presidente da Casa. E o PT indicou o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

Depois de se encontrar com Garotinho, Virgílio reuniu-se com parlamentares do PMDB na casa do presidente nacional deste partido, deputado Michel Temer (SP). Apesar do conflito entre o governo Lula e essa ala do partido, Virgílio disse que a aproximação não o caracteriza como candidato de oposição.

Enquanto isso, numa reunião de 16 dos 23 deputados para decidir em que candidato votar, a bancada do PPS na Câmara evitou definir de imediato o nome do candidato, mas tirou uma posição indicativa em defesa da tese da proporcionalidade e do respeito às regras de praxe para sucessão no Congresso. Segundo o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), isso significa que o candidato oficial do PT a presidente da Casa, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), tem o apoio de ampla maioria da bancada do PPS.

No entanto, o líder do PPS na Câmara, Júlio Delgado (MG ), declarou o voto no candidato dissidente Virgílio Guimarães (PT-MG). Para deixar as coisas mais claras, a bancada ainda terá, até dia 14, data da eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, um novo encontro para bater o martelo em torno do assunto. Freire adiantou que o PPS não fechará questão em torno da votação a favor de Greenhalgh, mas, segundo ele, a posição indicativa a ser tomada pela legenda terá de ser respeitada por todos.

Também ficou adiada a decisão final da sigla sobre a participação na formação de um bloco com PDT, PC do B, PSB e PV na Câmara. Neste caso, o presidente nacional do PPS, que é contra, é minoria dentro da agremiação. Freire admite que a maioria acha interessante a idéia do bloco, que teria 78 deputados, podendo constituir a terceira força na Câmara, só atrás do PT e PMDB.

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