Valério é o mentiroso número 1 do escândalo

Brasília – Personagem principal do esquema de distribuição de recursos para parlamentares da base governista, o empresário Marcos Valério de Souza já conquistou um título de destaque na CPI dos Correios: o de maior mentiroso, entre os 22 depoentes que foram ouvidos até agora pela comissão. Apto a receber, com louvor, o troféu Pinóquio. No pódio, em segundo lugar, figura o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

Desde que foi identificado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos operadores do chamado mensalão, "um carequinha que fala de dinheiro como se caísse do céu", ele começou protestando em entrevistas, chegou a chorar para mostrar sua indignação, mas acabou alterando diversas vezes as versões apresentadas numa seqüência de depoimentos à Polícia Federal, CPI e Procuradoria Geral da República. Agora diz que vai contar a verdade, a conta-gotas. "Sem dúvida o Marcos Valério é hors-concours. A cada semana conta uma história diferente", diz o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Entre 21 dos 32 integrantes da CPI consultados, Valério foi apontado por pelo menos dez como o depoente que mais mentiu. Em seguida, com três votos, aparece Delúbio Soares, que assumiu sozinho a responsabilidade pelo esquema de arrecadação de recursos não contabilizados para o PT e partidos da base aliada. Empatados em terceiro lugar, com um voto cada, estão o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira e a diretora financeira da SMP&B Propaganda, Simone Vasconcelos. Ironicamente, o único voto dado a Silvinho é de um petista.

"O que mais me ofendeu com suas mentiras foi o Sílvio Pereira. Ele não podia ter escondido a questão do Land Rover que ganhou de presente da GDK, uma empresa que tem contratos com o governo. Na minha opinião, quem bota R$ 1 ou R$ 1 milhão no bolso comete o mesmo crime", afirmou o senador Sibá Machado (PT-AC) ao anunciar seu voto.

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