Rio
– O governo do Rio foi obrigado a mobilizar 45 mil homens para garantir a segurança nos municípios da Região Metropolitana, além de reforçar a segurança no estado depois que os traficantes ordenaram que o comércio fechasse as suas portas. O chefe de polícia, Zaqueu Teixeira, disse que o governo investiga a origem dos boatos que provocaram o fechamento de lojas e escolas em vários bairros do Rio, Niterói, São Gonçalo e cidades da Baixada Fluminense. Ele disse que não descarta nenhuma hipótese, mas ressaltou que é possível que alguém, por interesses ainda desconhecidos, tenha reproduzido uma ação do tráfico, que se manifesta em geral protestando contra alguma ação da polícia.Zaqueu explicou que não se sabe de qualquer fato que pudesse ter originado uma reação em cadeia das dimensões da de ontem. “É uma situação de pânico. E pânico se combate dando poderes à autoridade constituída. Nos ajudem”, disse o comandante geral da PM, coronel Francisco Braz. A governadora Benedita da Silva, anunciou que pelo menos nove pessoas já foram presas flagradas dando ordens para o fechamento do comércio em quatro bairros da cidade, na Tijuca, no Méier e no Centro. Elas foram levadas para a Delegacia de Repressão a Entorpecentes. A governadora disse que, além dos boatos, não houve qualquer registro de crime no estado. Benedita disse que a ação parece orquestrada e ressaltou que apenas as escolas municipais amanheceram fechadas, enquanto as escolas estaduais estariam abertas.
Em Botafogo, dois homens que passavam pela Rua da Matriz, obrigando os comerciantes a fechar as portas das lojas foram presos de manhã pela Polícia Militar. Eles receberam ordem de prisão da juíza Denise Frossard, que disputa uma vaga na Câmara dos Deputados, e chegou a segurar pelo braço um rapaz que circulava pelo bairro ordenando o fechamento de lojas. Ela teria se negado a fechar o seu comitê de campanha eleitoral e chamado a polícia para garantir sua segurança.
A governadora Benedita da Silva disse mais tarde que o fechamento do comércio em 10 bairros da cidade não passa de uma ação orquestrada e de conotação política. “Veja bem, é uma onda muito estranha. Para mim isto é uma coisa orquestrada e de conotação política. Não houve um assalto ou uma morte para que esta situação fosse gerada. É estranho por que às 7h as escolas municipais foram fechadas, mas todas as estaduais estão abertas. Se a questão for política, não vamos recuar e toda a polícia está nas ruas”, disse Benedita.