"Nasceu, tem que mamar logo", aconselhou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a uma platéia de cerca de 150 mães e bebês, que participaram nesta quarta-feira (1º) da abertura da Semana Mundial de Amamentação no Brasil, promovida pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria. O slogan da campanha de 2007 é: "Amamentação na primeira hora, proteção sem demora", e está sendo promovida por 120 países entre os dias 1º e 7 de agosto. Segundo o ministro, cerca de sete mil recém-nascidos que morrem todos os anos antes de completar um mês de vida poderiam ser salvos se fossem amamentados ao nascer.
Após a cerimônia, numa tenda montada na Cinelândia, no centro do Rio, o ministro identificou a falta de informação, uma questão cultural, que deve ser revertida com a participação dos movimentos sociais, igrejas e atores, e o alto número de cesarianas como os principais obstáculos para a promoção do aleitamento na primeira hora.
Temporão também voltou a defender o projeto de lei da senadora Patricia Saboya (PSB-CE), que concede incentivos fiscais às empresas que aumentarem a licença-maternidade para seis meses. "Teríamos um grande impacto do ponto de vista da saúde publica e na qualidade de vida da mulher", afirmou. "Aleitar por seis meses é fundamental, mas é um desafio, porque sabemos das dificuldades do cotidiano", reconheceu o ministro.
A senadora, que também participou da solenidade, disse que o projeto de lei deve estar pronto para ser votado no Senado em setembro. Por enquanto, o texto ainda pode receber emendas de outros senadores. "Uma deve ser a que amplia a licença paternidade de cinco dias para um mês", explicou Patricia. Ela está confiante na aprovação da lei no Senado e disse esperar que a Câmara dos Deputados coloque logo o assunto na pauta.