STF decide prosseguir inquérito contra Martinez

Rio

(AG) – O Supremo Tribunal Federal (STF) vai dar seqüência ao inquérito sobre o envolvimento do presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), com o empresário Paulo César Farias, tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor.

Martinez se afastou da campanha do candidato a presidente da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, por causa da repercussão do inquérito. Ele é acusado de crimes contra a ordem tributária, evasão de divisas e falsidade ideológica e falso testemunho.

A informação foi divulgada um dia depois de Ciro Gomes afirmou que não há provas contra o vice de sua chapa, Paulo Pereira da Silva, acusado de ter desviado recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) quando presidia a Força Sindical. Em entrevista para o Jornal da Globo de segunda-feira, Ciro disse que a Corregedoria-Geral da República, um dos órgãos envolvidos nas investigações sobre Paulinho, foi criada para “acobertar corrupção” no governo federal.

Irritado com as perguntas sobre alianças com forças conservadoras e sobre denúncias contra Paulinho e contra o ex-coordenador de sua campanha José Carlos Martinez, que se afastou recentemente, Ciro disse que se sentia num tribunal da Inquisição. O programa, com 20 minutos, foi dividido em três blocos. O candidato, no primeiro, insistiu em dizer que manteve o salário mínimo no patamar de US$ 100 durante os quatro meses em que foi ministro da Fazenda, de setembro a dezembro de 1994. Segundo ele, ao valor pago na época deve ser acrescentado o percentual de inflação americana acumulada da data até hoje.

Preço

Ainda ontem, Ciro afirmou que para realizar as mudanças que propõe em seu programa de governo necessitará do apoio de três em cada cinco senadores e deputados. “Pago a pena que tiver que pagar”, disse. Ciro se definiu como social democrata que integra uma frente de centro-esquerda favorável à economia de mercado e com capacidade de intervir na economia.

Ele ressaltou que se sente com afinidade completa com o PPS , e “perfeitamente confortável” no seu partido.

Freire contesta TRE-AL

Brasília

– O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), informou que a direção nacional do partido vai recorrer da decisão do Tribunal Regional (TR) de Alagoas, que autorizou o diretório regional a formalizar aliança em torno da candidatura de Fernando Collor de Mello ao governo alagoano. De acordo com Freire, os militantes do PPS de Alagoas cometeram “um grave equívoco ao se aliarem a Collor”. Freire estava reunido até o momento com o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, em um escritório na Asa Sul, de Brasília.

O senador afirmou também que Ciro está preparado para receber mais ataques de seus adversários e que a polarização agora é entre o candidato da Frente Trabalhista e o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Em tom de ironia, o senador afirmou que o tucano José Serra deve “provocar confrontos” com o candidato do PSB, Anthony Garotinho, que está em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto. Collor

Ciro Gomes também afirmou ontem que o ex-presidente Fernando Collor (PRTB) quer se vingar dele. Collor, que é candidato ao governo de Alagoas, tem declarado apoio aberto a Ciro e até se comparou a ele. Ciro disse hoje que, em 1989, em vez de apoiar Collor para a Presidência da República, votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). – Votei em Mário Covas no primeiro turno e em Lula no segundo turno. Sempre fui oposição a Collor e lutei pelo seu impeachment. Agora ele quer se vingar- disse.

Jarbas fecha com Ciro

Brasília

(AE) – A decisão do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), de abrir seu palanque eleitoral para o candidato da Frente Trabalhista Ciro Gomes (PPS), surpreendeu o comando da campanha do senador José Serra (PSDB) que, até então, contava com a exclusividade do apoio da coligação PMDB, PSDB, PFL e PPS no Estado ao candidato tucano. Amanhã, Serra, que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos em Pernambuco, será recebido por Jarbas Vasconcelos, em Recife, para a inauguração de seu comitê eleitoral. Na sexta-feira, está prevista uma caminhada pelas ruas do centro da capital.

Lula evita criar polêmica

São Paulo

  – O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que ainda não está no momento dele brigar com o candidato da Frente Trabalhista (PPS, PTB e PDT), Ciro Gomes, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto. Em entrevista ao Jornal Gente da Rádio Bandeirantes AM, Lula afirmou que “se tiver de brigar com Ciro, vai brigar”. O petista contou que recebeu cópia -dos jornais de Pernambuco e do jornal “A Tarde”, da Bahia, – da foto em que Ciro Gomes aparece beijando a mão do ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Mas não a levou ao debate da TV Bandeirantes, no último domingo, “para não ficar tentado a mostrá-la”.

Voltar ao topo