Solto último juiz preso na Hurricane

Brasília – Às 2h de ontem, o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, o último magistrado preso na Operação Hurricane (furacão, em inglês) que ainda permanecia detido, foi solto em Brasília. Dória havia sido preso em flagrante por porte ilegal de arma e por isso era o único magistrado, entre os presos pela Polícia Federal, no dia 13 de abril, que ainda estava detido na carceragem da Superintendência da PF na capital federal.

Outros três presos na Hurricane já haviam sido soltos por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso: os desembargadores José Ricardo Regueira e José Eduardo Carreira Alvim e o procurador da República Paulo Sergio Leal Pereira. Porém, a liberdade será submetida ao pleno do tribunal. Até o fim de maio, os outros dez ministros definirão se os três continuarão em liberdade ou devem voltar à cadeia.

A denúncia apresentada ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República contra o ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deve seguir o mesmo caminho. A exemplo dos demais, ele foi denunciado por formação de quadrilha, corrupção passiva e prevaricação.

O juiz Ernesto Dória foi solto depois que seu advogado, Leonardo Marinho, entrou com o pedido de liberdade provisória no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tarde de domingo. O alvará de soltura foi concedido no início da noite pelo vice-presidente do STJ, Francisco Peçanha Martins.

Para o outro advogado do juiz, Cléber Lopes, o Superior Tribunal de Justiça não está inocentando seu cliente ao conceder o habeas corpus. ?Está apenas dizendo que, como a regra é que as pessoas respondam ao processo em liberdade e como não há necessidade da prisão preventiva, o STJ está concedendo, então, a liberdade provisória?, afirmou.

Segundo a polícia, Dória recebia uma mesada da organização criminosa em troca de liminares favoráveis a donos de bingos e caça-níqueis e acabou denunciado por corrupção ao Supremo Tribunal Federal (STF) juntamente com outros dois juízes, um procurador e o ministro Paulo Medina, do STJ. Os magistrados e o procurador têm agora 15 dias para apresentar sua defesa ao STF. No total, a Operação Furacão prendeu 25 pessoas entre contraventores, delegados, juízes e desembargadores, acusados dos crimes como tráfico de influência, corrupção e envolvimento com jogos ilegais. O inquérito foi dividido em dois, um para os quatro suspeitos que têm foro privilegiado e outro para os 21 que não têm. Eles permanecem presos por decisão da 6.ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

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