Sobreposição e ciúmes ameaçam CPIs

Brasília – Com a criação das três novas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) autorizadas na semana passada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), o Congresso Nacional tem agora 11 comissões entre as da Câmara, as do Senado e as mistas. Na Câmara dos Deputados, três estão em andamento: a do Tráfico de Armas, a da Biopirataria e a do Extermínio no Nordeste.

Com tanta CPI, ciúmes e brigas tornaram-se inevitáveis. A votação de requerimentos semelhantes em diferentes comissões parlamentares de inquéritos (CPIs) está provocando discussões na comissão que investiga denúncia de corrupção nos Correios. O presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), considera que há um equívoco por parte de outras comissões. Delcídio avalia que a comissão dos Correios investiga a origem dos recursos do empresário Marcos Valério, que poderiam ter abastecido o suposto esquema de mesadas a parlamentares, enquanto a da Compra de Votos deve apurar o destino desses recursos.

O senador afirma que há sobreposição dos trabalhos e, por isso, pretende conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com os presidentes de outras comissões parlamentares de inquérito. "A CPMI dos Correios tem um foco claro que são os Correios e a movimentação financeira do senhor Marcos Valério, focada nas origens. E nós estamos vendo requerimentos sendo aprovados em outras CPIs que estão ligados às origens", disse.

O senador se refere à decisão da CPI dos Bingos, que aprovou a convocação do doleiro Antônio Claramunt, o Toninho da Barcelona, e da CPMI da Compra de Votos que vai ouvir o empresário José Carlos Batista, da Guaranhuns, na próxima terça-feira.

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