 |
| Severino: "Não tenho receio nenhum". |
Brasília – O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) lançou ontem a sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. O deputado entrou em grande estilo e seu argumento mais forte para conseguir o apoio de seus colegas foi garantir que, se for eleito, os deputados federais terão salários elevados para R$ 21.500 a partir deste ano.
Severino defende a equivalência salarial entre os parlamentares e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Questionado sobre a repercussão negativa da medida para a opinião pública, o deputado declarou que está apenas respeitando a Constituição Federal e não há motivos para fazer comparações com a maioria dos trabalhadores, que ganha o salário mínimo. "Nós temos que ter o salário igual ao que reza a Constituição. A Constituição não diz que tem de haver equivalência ao salário mínimo. Ela diz que a equivalência deve ser entre os poderes", disse.
É a quinta eleição em que o deputado lança candidatura. Severino afirma que, diferentemente das outras vezes, vai registrar em cartório e que não desistirá dela.
Severino é o terceiro parlamentar a lançar candidatura independente para Câmara. José Carlos Aleluia (PFL-BA) já está em campanha e o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) deve lançar oficialmente sua candidatura nesta quarta-feira. Tradicionalmente, a presidência da Câmara cabe ao maior partido da Casa. O PT, que é a maior bancada, já lançou o nome do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.
O teto salarial em vigor fixa os subsídios do ministro do Supremo em R$ 19.155. No entanto, o presidente do tribunal, ministro Nelson Jobim, enviou ao Congresso em dezembro projeto de lei propondo a fixação do teto salarial dos ministros do tribunal em R$ 21.500 mensais a partir de janeiro de 2005 e em R$ 24.500 em 2006. Hoje, o salário dos deputados federais e senadores é de R$ 12.720.
"Não tenho receio nenhum. Se há condição de fazer a equivalência salarial, eu farei. Eu serei presidente desta Casa, não irei temer ameaças dos outros poderes não", ressaltou Severino. Além dos salários, os deputados recebem recursos adicionais para custear os gastos com as despesas de gabinete. Já está pronto, na Mesa da Câmara, projeto de resolução aumentando de R$ 35.350 para R$ 45 mil a verba que cada deputado tem para gastar com este tipo de despesa. Além deste reajuste, está em vigor, desde 1.º deste mês, um aumento de R$ 12 mil para R$ 15 mil na verba indenizatória (que é recebida mediante comprovação de gastos) a que cada deputado tem direito para custear despesas no seu estado de origem. O aumento foi concedido por ato da Mesa Diretora da Câmara, assinado em dezembro pelo atual presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), e pelos demais integrantes da Mesa, que é integrada também pelo deputado Severino Cavalcanti. O parlamentar é segundo secretário.
Candidatura de Virgílio será lançada hoje
Brasília – A candidatura avulsa do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) à presidência da Câmara, considerada uma possibilidade, já tem data e hora para ser oficializada: hoje, às 15 horas, no Plenário 3 das Comissões da Casa. A informação foi dada pelo deputado João Leão (PL-BA), um dos coordenadores do movimento "Câmara Forte", que hoje reuniu em um almoço deputados que apóiam a candidatura de Virgílio Guimarães. Virgílio não foi ao almoço porque, segundo Leão, estava reunido "com um parlamentar de peso".
Sábado, em Belo Horizonte, será realizado ato público em defesa da candidatura do deputado. "Pretendemos reunir mais de cinco mil pessoas, inclusive deputados de todos os estados que apóiam Virgílio Guimarães", disse João Leão. O ato público será no Marista Hall.
Confirmada a candidatura avulsa do deputado do PT, a presidência da Câmara passa a ter quatro candidatos: Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), candidato oficial do partido; e os avulsos Virgílio Guimarães (PT-MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Severino Cavalcanti (PP-PE).
O Partido Liberal (PL) oficializou ontem o apoio ao candidato do PT a presidente da Câmara dos Deputados, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). O anúncio foi feito pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, pelo líder do PL na Câmara, Sandro Mabel, e pelo vice-presidente José Alencar. Os três se reuniram no Ministério da Defesa.