Serraglio promete ser “convincente”

O relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou ontem que deverá apresentar um novo relatório parcial em cerca de 15 dias. O documento, segundo ele, não apresentará fatos novos em relação ao suposto esquema do "mensalão", mas trará demonstrações mais convincentes de que a prática de fato existiu.

"No relatório anterior, não fizemos a sincronia entre os valores e o tempo. Da mesma forma, vamos mostrar a relação entre a migração dos parlamentares de um partido a outro com as votações e a liberação de recursos", explicou ele. Para Serraglio, o "mensalão" pode ser definido como uma série de pagamentos tabulados, que ocorreram de forma sistemática e que, matematicamente, se aproximam dos R$ 30 mil referidos pelo ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou a prática.

No entanto, o parlamentar paranaense disse que não levará em consideração, na elaboração do novo documento, o relatório apresentado há duas semanas pelo relator da extinta CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), por considerar que trata-se de "situações diferentes".

O novo relatório, de acordo com Serraglio, deverá incluir informações sobre a suposta utilização de caixa dois na campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas, em 1998. O relator afirmou que não tem nenhuma objeção a essa inclusão e que não consentiu que ela fosse feita no primeiro relatório parcial apenas porque ela seria "atécnica", já que, à época em que o referido delito teria sido cometido, Azeredo ainda não era parlamentar.

O deputado também informou que a CPMI dos Correios vai respeitar seus prazos. "Estávamos prontos para concluir nossos trabalhos no dia 13 de dezembro. Queremos mostrar à sociedade que grande parte das investigações foram finalizadas e seus resultados vão ser apresentados", disse ele.

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