Senado aprova mínimo de R$ 275 e derrota Lula

Brasília – O Senado aprovou por 44 votos a favor, 31 contra e uma abstenção o substitutivo que propõe o salário mínimo de R$ 275. O projeto terá que voltar à Câmara, onde o governo tentará restabelecer o valor de R$ 260. Se não conseguir, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o mínimo de R$ 275. Isso significa que o valor voltaria a ser de R$ 240, que vigorava há até dois meses.

Doze senadores da base aliada ficaram contra o governo na votação do salário mínimo. São eles: Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Flavio Arns (PT-PR), Geraldo Mesquita Junior (PSB-AC), Magno Malta (PL-ES), Mão Santa (PMDB-PI), Marcelo Crivella (PL-RJ), Papaleo Paes (PMDB-AP), Ramez Tebet (PMDB-MS), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Seys Shleshrakenko (PT-MT), Paulo Paim (PT-RS) e Pedro Simon (PMDB-RS). O deputado João Batista Mota (PMDB-ES) se absteve. A senadora Roseana Sarney (PFL-MA) e Edison Lobão (PFL-MA), ligados ao presidente do Senado, José Sarney, também votaram contra o governo. O senador João Alberto (PMDB-MA) estava ausente na sessão.

Antes do resultado, Lula foi informado pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), da iminente derrota no Senado. Mercadante ouviu os outros líderes partidários e decidiu comunicar ao presidente, que determinou que a base aliada prosseguisse a votação. Mercadante se queixou de que não teria havido um debate de mérito da proposta. “Foi uma disputa política. Perdemos, paciência”, afirmou o líder do governo no cafezinho do Senado.

No governo, há expectativa de que o valor de R$ 260 seja restabelecido na Câmara. O presidente da Casa, João Paulo Cunha, também já conversou com o presidente Lula e disse a articuladores políticos que numa primeira sondagem haveria a possibilidade de restaurar o valor proposto pelo governo.

O presidente do Senado, José Sarney, abriu a sessão esclarecendo que a preferência de votação para o salário mínimo seria da MP do governo, aprovada sem alterações pela Câmara, e não do substitutivo do senador César Borges (PFL-BA), que propõe um salário mínimo de R$ 275. Sarney ressaltou que a MP, tem a preferência de votação. Ao votarem primeiro a MP do governo, se ela fosse rejeitada, a votação estaria encerrada e o salário mínimo voltaria a ser de R$ 240. Com isso, a responsabilidade pelo arquivamento da MP seria da oposição e o substitutivo do senador César Borges (PFL-BA), que prevê um salário de R$ 275 sequer seria apreciado.

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