Sem alarde, reforma ministerial vai saindo

O Palácio do Planalto nega, mas já está fazendo a reforma ministerial. Depois de definir a escolha do deputado Eunício Oliveira, como primeiro nome do PMDB, ontem foi definido o segundo nome: o senador potiguar Garibaldi Filho. Sem contar que o governo já fez alterações na Anatel e procede troca de comando na ECT. 

A segunda vaga do PMDB no ministério deve ficar com o senador Garibaldi Alves Filho (RN). Em conversa ontem à noite com o chefe da Casa Civil, José Dirceu, o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), manifestou a preferência por Alves Filho. Como o nome dele também é do agrado do líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), o governo deverá acatar a indicação da legenda. ?Isto vai nos criar um problema sério na base porque nosso aliado tradicional no Rio Grande do Norte é o PSB da governadora Wilma de Faria, mas fica difícil o governo recusar um nome do Sarney, que também contempla o Renan?, afirmou ontem um petista com acesso ao gabinete presidencial.

Segundo este interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a segunda vaga da sigla poderá ser o Ministério da Integração Nacional. Um dos cenários em discussão na administração federal hoje é o que prevê a transferência do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, para o novo Ministério do Desenvolvimento, que poderá ser desmembrado da Indústria e Comércio Exterior. Embora o ministro Luiz Fernando Furlan resista ao desmembramento da pasta, setores do Poder Executivo avaliam que ele poderá seguir com o trabalho voltado ao comércio exterior, enquanto Ciro cuida da questão interna. Há também a possibilidade de Ciro passar ao comando do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Além dessas mudanças, estão sendo acertadas outras: José Dirceu já teria acertado a substituição de Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) por Eduardo Campos (PE), líder do PSB na Câmara. Atarantado, sem querer deixar a pasta, Amaral chamou a cúpula do PSB, ontem, para lhe dar apoio através de uma nota à imprensa.

Por enquanto, estão sendo definidos os nomes, e não as funções. O PMDB poderia receber os ministérios das Comunicações e da Previdência Social, com chance da Integração Nacional, chefiado por Ciro Gomes (PPS-CE), entrar nessa negociação.

A oferta ainda não é definitiva e, das três opções, o PMDB teria direito a duas. No cenário de o PMDB aceitar a Previdência, o atual titular, Ricardo Berzoini, viraria ministro de uma superpasta social, que uniria Assistência Social, de Benedita da Silva, e Segurança Alimentar e Combate à Fome, de José Graziano.

Segundo o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, a saída de Airton Dipp da presidência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos já estava prevista. Dipp pretende concorrer à Prefeitura de Passo Fundo (RS).

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