Secretaria de São Paulo investiga como menina pegou a gripe

A Secretaria de Saúde de São Paulo ainda não sabe explicar como a primeira vítima no Estado do vírus da gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína, foi contaminada. Na família de Osasco, pai, mãe e irmão da menina de 11 anos, que morreu no dia 30, também foram diagnosticados com a doença. Apenas o pai permanece internado no Hospital Emílio Ribas, na capital, e o seu estado de saúde é bom. Ele deve receber alta nos próximos dias.

De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata, os pais da menina relataram que não fizeram nenhuma viagem a lugares com registro da doença nem tiveram contato com outras pessoas infectadas. De acordo com o secretário, a vigilância epidemiológica está investigando todas as pessoas que tiveram contato com a família para tentar esclarecer como ocorreu a contaminação. Já se sabe que um amigo da menina, uma criança de 7 anos de idade, também foi contaminado pela gripe suína.

A menina de 11 anos estudava na rede pública de ensino e era de uma família de classe média. Por uma questão de privacidade, Barradas não revelou o nome do hospital em que a menina morreu nem o nome da família. O secretário esclareceu que a criança morreu no dia 30 de junho e não foi imediatamente diagnosticada com o vírus da influenza A (H1N1).

Ela deu entrada em um hospital privado de Osasco no dia 28 de junho com dores abdominais, vômito e febre. A criança, então, foi medicada e encaminhada para casa. Seu quadro de saúde, contudo, piorou e ela foi levada novamente ao hospital, onde morreu seis horas depois. O secretário esclareceu que a criança não foi internada no primeiro atendimento porque não apresentava sintomas de gripe suína e que o hospital tomou os procedimentos corretos.

Os médicos, afirmou Barradas, suspeitavam de alguma patologia abdominal. “Quando ela teve o choque séptico se pensou na possibilidade de meningite. A hipótese de gripe (suína) começou a ser investigada depois de um irmão apresentar sintomas da doença, no dia 1.º de julho”, portanto um dia após a morte da menina. Barradas reiterou que o diagnóstico só foi possível porque o irmão da vítima, uma criança de sete anos, foi levada pelos pais ao Emílio Ribas com suspeita da doença.

Confirmação

A partir daí, foram realizados testes para saber se a menina havia sido contaminada, o que foi confirmado. Barradas considera o caso atípico: “É uma ‘exceção excepcionalíssima'”, afirmou. O secretário esclareceu que exames mostraram que a criança morreu em virtude de uma septicemia provocada pela bactéria pneumococos, que provoca pneumonia. Contudo, ainda não é possível saber se a vítima desenvolveu pneumonia ou não. Uma das hipóteses investigadas pelos médicos é a de que o quadro da paciente possa ter sido agravado por uma hantavirose contraída aos três anos de idade. Isso pode ter comprometido o sistema imunológico da criança.

Dados da Secretaria de Saúde atualizados hoje mostram que o Estado tem 457 casos confirmados da nova gripe. A região de Osasco, onde morreu a menina, tem 13 casos da doença. Barradas reiterou que, apesar do aumento do número de casos e das duas mortes registrados no País – a primeira foi no Rio Grande do Sul -, não há transmissão sustentada de gripe suína nem em São Paulo nem no Brasil.

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