Seca atinge Parque Nacional Lagoa do Peixe

Porto Alegre – A seca que atinge o Rio Grande do Sul transformou em paisagem desoladora o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, destino de aves migratórias que fogem do frio voando mais de 20 mil quilômetros. A 190 quilômetros de Porto Alegre, o parque é hoje um lugar de águas rasas e salobras. O nível da água caiu mais de 80%. À seca somam-se outros fatores de degradação ambiental: a retirada de água para lavouras de arroz, a invasão das terras do parque pelo gado de fazendas vizinhas, a drenagem causada por grandes plantações de pínus e a retirada do que resta de camarão por dezenas de pescadores, que são mantidos na reserva, com a autorização do Ibama. "O parque foi criado para manter a biodiversidade e as aves migratórias e não pode mais ficar à mercê do gado e dos pescadores de camarão", disse a chefe do parque, Maria Tereza Queiroz Melo. Onde ainda não secou, a Lagoa do Peixe não chega a 30 centímetros de profundidade. Normalmente sua profundidade média é de 60 centímetros, chegando em alguns pontos a cerca de um metro. O contato com o mar se dá por meio de uma barra que, uma vez por ano – há séculos – é aberta por pescadores. Com a mistura de água doce com salgada e a circulação causada por fortes ventos, há ali uma concentração de nutrientes que serve de alimento para uma grande variedade de microorganismos que, por sua vez, servem de comida para as aves migratórias. O parque tem mais de cem espécies de aves com presença registrada, das quais 35 migratórias.

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