?Saúvas? podem ter agido em São Paulo e Rondônia

Manaus (ABr) – A Polícia Federal tem indícios de que a quadrilha que fraudava licitações de alimentos no Amazonas pode ter agido também em São Paulo e em Rondônia. Na sexta-feira, quando o esquema foi desmantelado pela Operação Saúva, a versão oficial era de que o grupo agia apenas no Amazonas. ?Os depoimentos revelaram que existe essa possibilidade de ação em outros estados, mas ainda não há provas concretas?, informou Eva Miranda, assessora de imprensa da Polícia Federal.

Para obter mais provas de que a fraude agiu em outros estados, o Ministério Público Federal entrou ontem com pedido de prorrogação da prisão temporária daqueles que ainda não colaboraram com as investigações. Os que já prestaram informações relevantes nos seus depoimentos serão soltos. Segundo Eva Miranda, a Polícia Federal não vai divulgar com antecedência o nome de quem será libertado e de quem poderá ter a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias.

Entre os presos, está o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Amazonas, Juscelino Moura; o secretário-executivo da Secretaria Estadual da Fazenda, Afonso Lobo; um membro da Comissão de Licitação da Secretaria Estadual de Assistência Social, Roberto Carbonari Santana; e um assessor do vice-governador do Amazonas, Manoel Paulino Costa Filho.

Na sexta-feira, a Justiça Federal expediu 32 mandados de prisão, que foram cumpridos integralmente no sábado. As investigações revelaram que foram criadas cerca de 30 empresas beneficiadas em processos licitatórios. Dessas, 19 movimentaram cerca de R$ 354 milhões nos últimos seis anos, mas declararam à Receita Federal apenas R$ 27,7 milhões, referentes ao mesmo período.

A Operação Saúva foi uma ação conjunta da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público Federal. Ela revelou uma quadrilha que fraudava licitações para aquisição de alimentos, superfaturando preços, por meio da abertura de empresas fantasma e fornecendo produtos vencidos. As compras investigadas somaram R$ 126 milhões, no período de um ano e envolveram as esferas federal (Conab e Exército), estadual (governo do Amazonas) e municipal (prefeituras de Manaus e de Presidente Figueiredo, no Amazonas).

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