São Paulo tem igrejas até em cima de borracharia

Qualquer lugar é lugar para abrir uma igreja em São Paulo. O andar de cima de uma borracharia ou de um salão de beleza, a garagem de casa ou de uma antiga agência de motoboys. A reportagem percorreu dez templos menores, de igrejas criadas nas últimas décadas – além do improviso das instalações, constatou que, dentre as igrejas, sete não têm alvará de funcionamento, outras duas sequer constam da numeração de logradouros da Prefeitura e uma última, instalada duas semanas atrás, continuava registrada como outra congregação.

Os estabelecimentos visitados recebem, principalmente em fins de semana, entre algumas dezenas e até cerca de 300 fiéis, segundo funcionários das igrejas e comerciantes de lojas próximas. “Parece algo inocente, mas as pessoas se arriscam em locais assim. Essa é uma mostra do que pode ser a situação na cidade”, disse o superintendente da seccional paulista do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-SP), Ademir Alves do Amaral. “Não é difícil encontrar esse tipo de exemplo na capital.”