Belo Horizonte – O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio (PT-SP) disse ontem que a antecipação da disputa interna pelo comando do partido é "uma indicação do grau da crise" que vive a legenda. Sampaio, que admitiu ser pré-candidato a presidente nacional da sigla, afirmou acreditar que na eleição está em jogo a definição dos rumos da agremiação.
"Tem de decidir a linha do partido. O partido é um partido da transformação social ou é um partido da ordem, da manutenção da ordem social? O partido quer manter o capitalismo brasileiro e apenas fazer algumas reforminhas para que ele possa se solidificar ou ele é um partido que quer substituir o capitalismo brasileiro por outro regime social, socialista?", questionou.
Segundo ele, o PT "nasceu nessa segunda proposição" e agora terá de tomar uma posição definitiva. "Aí, cada um vai procurar o seu caminho conforme suas convicções." Sampaio participaria na noite de hoje, em Belo Horizonte de um debate com militantes para discutir o processo eleitoral do partido.
Foram convidados também para o encontro, os pré-candidatos a presidente nacional do PT Raul Pont, lançado pela tendência esquerdista Democracia Socialista (DS), e Valter Pomar, apontado pela Articulação de Esquerda. Outra candidatura lançada é a da deputada Maria do Rosário (RS), pelo Movimento PT.
O ex-deputado afirmou que nunca esteve vinculado a um grupo específico da legenda, mas defendeu a união dos setores de esquerda da sigla na disputa marcada para setembro. "Sou favorável à unidade", disse. "Você está a quatro, cinco meses do processo, então, é normal que cada grupo coloque a sua posição e possível candidato até para o entendimento. Mas isso não é impeditivo da unificação, desde que haja um programa comum."