Salgueiro e Tijuca se destacam na primeira noite

Rio – Acadêmicos do Salgueiro e Unidos da Tijuca foram destaque na primeira noite de desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. A primeira levou para a Marquês de Sapucaí um enredo sobre o fogo e empolgou pelo samba bem cadenciado e o luxo das fantasias. A Tijuca, vice-campeã em 2004, foi a que mais entusiasmou o público, com uma apresentação marcada pela criatividade do carnavalesco Paulo Barros. As duas, no entanto, tiveram alguns problemas em evolução e com carros alegóricos, que quebraram, mas acabaram saindo.

Apesar de toda expectativa, a Estação Primeira da Mangueira deixou a desejar. Recebeu logo o carinho de sua numerosa torcida, mas a exaltação foi diminuindo aos poucos. O abre-alas da verde-e-rosa trouxe figuras tradicionais da escola e do Morro da Mangueira. A idéia, elogiada por sambistas mais antigos, parece não ter surtido muito efeito.

Logo à frente, Vó Lucíola, de 104 anos, parteira do morro, desfilava numa cadeira de rodas e aparentava uma certa frieza, revelada antes da exibição. "Detesto carnaval. Só vim porque meus netos me obrigaram."

A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile correto, mas sem brilho, e ao abrir a festa ainda havia muitos claros nas arquibancadas do sambódromo. Isso pode ter contribuído para a pouca motivação de seus componentes. Império Serrano, uma das escolas mais tradicionais do Rio, também não empolgou.

Um dos momentos marcantes do desfile foi a homenagem das passistas da Vila Isabel ao carnavalesco Joãosinho Trinta, internado desde 26 de novembro após sofrer um acidente vascular cerebral. Iniciaram a apresentação orando por ele. A escola foi a campeã do Grupo de Acesso, em 2004, e vai tentar se manter no Grupo Especial.

Antes, a Tradição, fundada em 1984 por dissidentes da Portela, mostrou uma viagem pela história da soja, com um samba fraco e fantasias mal-acabadas. É séria candidata ao rebaixamento.

Gisele, a celebridade dos camarotes

Rio – A modelo Gisele Bündchen chegou sozinha ao camarote da Brahma na noite de domingo, cercada por oito seguranças. "Estou solteira aqui", disse ela, "estou com ele", apontando para um dos seguranças. "E o Leonardo di Caprio?", perguntou um dos repórteres. "Ele, com certeza, adoraria estar aqui, mas alguém tem que trabalhar", respondeu a modelo – sorridente, ela jogou um pouco da água que bebia em alguns fotógrafos e quase caiu ao subir em um banco para dar entrevista.

Gisele estava acompanhada por amigas e amigos, entre eles o fotógrafo peruano Nino Muñoz. "É o terceiro ano que venho à Sapucaí. Acho que no décimo vou aprender a sambar. Por enquanto, não me arrisco a desfilar", disse, agitando uma bandeira da Mangueira. Ela saiu sozinha, às 4h, cercada pelos seguranças.

Modelos

Depois de desfilar pela Mocidade Independente de Padre Miguel um grupo de mais de dez modelos que estreou na Marquês de Sapucaí foi comemorar no camarote da cerveja Nova Schin. Todas estavam eufóricas. A catarinense Mariana Weickert, que mora há seis anos em Nova York, contou que nunca teve a oportunidade de vir ao Brasil, porque a época coincide com o auge da temporada de desfiles internacionais. "Nunca passei carnaval no Brasil. Foi uma delícia. Passarela como essa eu nunca tinha experimentado". Thalyta Pugliese confessou que estava com medo antes do desfile. "É minha primeira vez e tem muita gente olhando. Nas passarelas de moda a gente já sabe o que fazer", disse. Ana Claudia Michels quer repetir a dose. "Quero vir no chão. Eu engano bem sambando", disse.

O grupo teve mais de dez modelos, entre elas Ellen Jabour. Ao contrário de outros convidados da Brahma, o cantor e ator Seu Jorge recusou ser fotografado para a revista Caras, que todos os anos monta um estúdio no camarote. "Minha religião não permite. As celebridades é que fazem parte desse universo, não sou celebridade, sou uma pessoa do povo. Não sou artista, sou trabalhador. Minha profissão é a arte", argumentou.

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