RS detecta fraude em mais duas amostras de leite

A fiscalização do Ministério da Agricultura detectou fraude em mais duas amostras de leite cru entre 30 análises feitas em laticínios do Rio Grande do Sul. A diretora substituta do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Judi Nóbrega, informou que os testes de laboratório realizados nesta quinta-feira, 9, confirmaram a adição de ureia fertilizante, que contém formol, em laticínios dos municípios de Guaporé e Selbach.

Ela disse que o governo vai intensificar a fiscalização e que realizará uma reunião nacional de todo setor, em Brasília, para discutir novos parâmetros de testes de controle de adulteração no leite, além de debater a remuneração do transportador de leite por volume entregue nos laticínios, uma prática comum no Rio Grande do Sul.

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, observa que a relação entre laticínios e transportadores é de natureza privada, mas destacou a importância da discussão sobre a figura do “atravessador” que existe no setor lácteo gaúcho. No Estado, existem empresas que compram leite do produtor, transportam e vendem aos laticínios. Ele alerta que este tipo de relação comercial pode levar o transportador a praticar fraudes para aumentar o volume de leite que está sendo entregue e por isso defende que o pagamento seja feito apenas com base no valor do frete. “Se a indústria continuar com esta prática, estará correndo risco”, alerta o ministro.

No início deste ano os laboratórios do Ministério da Agricultura confirmaram a presença de formol em seis lotes de leite UHT da marca Italac, produzidos na unidade de Passo Fundo (RS) da empresa Goaisminas. A partir deste fato a fiscalização coletou amostras de todas empresas que produzem leite UHT no Rio Grande do Sul. Outros testes encontraram o mesmo problema em um lote de leite UHT da Laticínios Bom Gosto (marca Líder) e um lote da Vonpar (marca Mu-mu). A investigação feita em conjunto com o Ministério Público do Rio Grande do Sul descobriu que as fraudes eram cometidas pelos transportadores, que aumentavam o volume de água no leite junto com a ureia. Oito pessoas foram presas no Rio Grande do Sul.