Brasília – O presidente nacional licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), depõe hoje, a partir das 10h30, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. Pretende falar pouco a respeito da estatal – até porque, na opinião de Jefferson, não tem nada a ver com a empresa e ninguém provou o contrário, afirmam parlamentares a ele ligados – mas estocará o governo e o PT.
Jefferson vai sugerir aos integrantes da CPI que investiguem também o assassinato do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, ocorrido no início de 2002. Para o presidente nacional licenciado do PTB, há uma relação entre o suposto esquema de corrupção na administração federal com o crime de Santo André. Nos dois casos, teriam sido montados caixas clandestinos.
Jefferson quer repetir na CPI o show mostrado tanto na tribuna da Câmara, quando falou pela primeira vez sobre as suspeitas de que comandaria um esquema de corrupção nos Correios como no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, quando acusou colegas, como o presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), e o líder do partido na Casa, Sandro Mabel (GO), de participarem do esquema do "mensalão" – suposto pagamento mensal de R$ 30 mil para que parlamentares da base aliada votassem a favor do Poder Executivo. O presidente nacional licenciado petebista ficou todo o dia de ontem concentrado e, durante a decisão entre as seleções de futebol do Brasil e da Argentina pela Copa das Confederações, preferiu dormir, de acordo com a assessoria.
Há muita especulação em torno do depoimento de Jefferson à CPI, hoje. Até a de que o presidente nacional licenciado do PTB devolverá os R$ 4 milhões que diz ter recebido da direção do PT para a campanha eleitoral de 2004.