Rio usa 1.200 policiais e não controla a Rocinha

Rio – O governo do Rio colocou 1.200 homens na favela da Rocinha e mesmo assim não controlou a violência na região, disputada por duas quadrilhas de traficantes. Com mais duas mortes ontem, o número de vítimas fatais desde o fim de semana chega a 10. Um helicóptero da Polícia foi atacado pelos traficantes. O governo do Rio quer presença do Exército e chegou a sugerir a sugerir a criação de um muro, para isolar a favela da cidade, idéia que foi repelida, depois de criticada pelo prefeito Cesar Maia.

Nem a polícia nem a Secretaria de Segurança parecem saber com certeza o que está acontecendo no morro da Rocinha e há dúvidas inclusive sobre o número de mortos, que pode ser maior. Informações não confirmadas pela secretaria dão conta de que haveria tiroteios em outros locais – Vigário Geral, morros de São Carlos e da Mineira.

Com os reforços de ontem, o número de policiais que ocupam a Rocinha chega a 1.200 e vão atuar na região, por tempo indeterminado, divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do Vidigal. O efetivo da PM envolve homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais, GAM (Grupamento Aeromarítimo), Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel), GTM (Grupamento Tático de Motociclistas), Companhia de Cães, Batalhão Florestal, 23.º Batalhão (Leblon), 19º Batalhão (Copacabana), 2.º Batalhão (Botafogo) e 31.º Batalhão (Recreio).

O vice-governador e Secretário estadual de Meio-Ambiente, Luiz Paulo Conde anunciou que o governo pretendia construir um muro em volta da favela da Rocinha para impedir a expansão da comunidade. Também seriam cercadas as favelas vizinhas: Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade. Cada muro teria três metros de altura. A idéia, era construir uma estrada de acesso ao lado do muro na parte interna de cada favela. O prefeito Cesar Maia chamou a idéia de “um autismo”.

Enquanto isso, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou em entrevista coletiva, que nenhum mecanismo para diminuir a violência no Rio de Janeiro está descartado pelo governo federal. Thomaz Bastos admitiu inclusive o uso das Forças Armadas e a adoção do Estado de Defesa (medida que restringe direitos individuais). Antes da entrevista, o ministro esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e conversou duas vezes por telefone durante o dia com a governadora do RJ, Rosinha Matheus, sobre a situação, classificada por ele como de “guerrilha urbana”.

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