Rio quer dar para Beira-Mar temporada em cadeia americana

Rio

– O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Aguiar, reuniu-se ontem com o cônsul geral dos Estados Unidos, Mark Bower, para definir a possibilidade jurídica de transferir o traficante Fernandinho Beira-Mar para os EUA. Lá, Beira-Mar responderia a processos em que é acusado de tráfico de drogas internacional. A transferência do traficante seria por um período ainda não determinado, possivelmente até o fim das obras do presídio federal no Rio.

O traficante faz parte hoje de um grupo de bandidos mais procurados pelos EUA. Enquanto ele estiver em território brasileiro, porém, a Justiça americana nada poderá fazer porque uma lei no Brasil impede a extradição de seus cidadãos para julgamento no exterior. Em 31 de maio, o presidente George W. Bush assinou um documento pondo Beira-Mar numa lista negra dos chefões estrangeiros do narcotráfico. Fazem parte dela pessoas que ?representam uma ameaça à segurança nacional, à política externa ou à economia dos Estados Unidos?. No entanto, a iniciativa foi criticada. O ex-secretário nacional Antidrogas Walter Fanganiello Maierovitch acredita que a transferência de Fernandinho Beira-Mar para os Estados Unidos seria um atestado internacional de falência do sistema penitenciário brasileiro.

E o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, afirmou em Recife, não ser possível transferir o traficante. “A Constituição não permite”, disse Paulo de Tarso, durante a reunião dos superintendentes da Polícia Federal da região Nordeste. A Constituição proíbe a extradição de brasileiros natos, como é o caso do traficante. Beira-Mar poderia ter sido mandado diretamente para os Estados Unidos quando foi capturado na Colômbia, em abril de 2001. Os dois países têm acordos nessa área e os norte-americanos tinham interesse em julgar Beira-Mar. Como o traficantes foi trazido de volta para Brasil, não pode ser mandado para outro país.

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