Diferentemente do que esperava a oposição – que apostava inicialmente no indício de que a falta de grooving (ranhuras) na pista de Congonhas teria causado o acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho, que deixou 199 mortos -, o relatório final da CPI do Apagão Aéreo do Senado apontará falha humana no episódio. Segundo o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), Kleyber Aguiar Lima e Henrique Stephanini Di Sacco, piloto e co-piloto da TAM, teriam deixado os manetes na posição errada.
Ele também está convencido de que a pista de Congonhas não teve nenhuma influência na maior tragédia da aviação brasileira. A CPI concluiu que não havia condições de parar a aeronave, uma vez que um dos manetes do A320 estava na posição de aceleração (climb) e o outro na de frenagem. O relatório será apresentado e votado no dia 24.
A versão final do texto também incluirá o pedido de indiciamento de Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, pilotos americanos do jato Legacy que se chocou com o Boeing da Gol, matando 154 pessoas, em setembro do ano passado. A investigação reforça a tese de que houve erro dos pilotos e negligência de controladores de vôo. As apurações não avançaram mais porque se priorizou a apuração de irregularidades em obras da Infraero e de fraudes na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).