Relator da CPI do Senado quer indiciar Denise Abreu

Depois de incluir 25 nomes de pessoas ligadas à Infraero na lista de pedidos de indiciamento por corrupção e irregularidades administrativas, conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou na quinta, a CPI do Apagão Aéreo do Senado mira agora em outro alvo: a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nesse núcleo, já é dado como certo o pedido de indiciamento da ex-diretora Denise Abreu. A inclusão de outros ex-dirigentes depende da chegada dos últimos resultados das quebras de sigilos fiscal, bancário e telefônico, mas tudo indica que, diferentemente do que aconteceu na CPI da Câmara, eles não devem escapar.

Indicada pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, Denise vai ter o pedido de indiciamento feito pelo relator da CPI, Demóstenes Torres (DEM-GO), por fraude processual e indícios de favorecimento de empresa privada para transferência de terminal de cargas de Congonhas e Viracopos (Campinas) para Ribeirão Preto, no interior paulista.

No relatório final, a ser apresentado no próximo dia 15, o relator sustenta que Denise cometeu fraude processual ao induzir a erro a desembargadora Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A magistrada tomou por base uma norma apresentada pela Anac, sem validade legal, para liberar as operações em Congonhas em dias de chuva. Denise, por sua vez, negou que tenha tentado ‘ludibriar’ a Justiça Federal em São Paulo.

No relatório, o pedido de indiciamento de Denise se sustenta em indícios de favorecimento à empresa privada. Com o objetivo de beneficiar o empresário Carlos Ernesto Campos, dono da empresa Terminais Aduaneiros do Brasil (Tead), a ex-diretora é acusada de manobrar para a transferência do terminal de cargas de Viracopos e Congonhas para Ribeirão Preto. Tanto Denise quanto o empresário negaram a acusação em depoimentos prestados à CPI.

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