Quase metade dos brasileiros HIV positivos demora a iniciar tratamento

Brasília – Quase metade dos brasileiros portadores do vírus HIV inicia o tratamento médico, à base de coquetéis anti-retrovirais, tardiamente. É o que aponta o relatório UNGASS: Resposta Brasileira à Epidemia de Aids 2005-2007, divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Ministério da Saúde. O documento revela ainda que 85% dos municípios do país já possuem registros da doença.

Os dados mostram que, entre 2003 e 2006, 43,7% dos brasileiros infectados com idade acima de 15 anos já chegaram aos serviços de saúde com algum tipo de deficiência imunológica ou com sintomas da aids. De um total de 115.441 pessoas infectadas, 14.462 (28,7%) morreram logo no início do tratamento, em decorrência de quadros clínicos mais graves.

As regiões Norte e Sul apresentam os maiores contrastes em relação ao tratamento tardio da doença no país. No Norte, mais de 53% da população infectada demora a procurar tratamento enquanto no Sul, o índice é de 40,8%. A Região Nordeste segue em segundo lugar ? mais de 48% dos casos. Na região Sudeste, o índice é de 41% e no Centro-Oeste, 47,4%.

A diretora do Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, afirmou que ainda persiste, no Brasil, a percepção de que a aids é uma ?doença do outro?, e que se a pessoa não for homossexual, profissional do sexo ou usuária de droga, não corre risco.

?O perfil da epidemia mudou radicalmente no Brasil. Hoje, é uma epidemia predominantemente heterossexual, ou seja, pessoas que têm sexo desprotegido com pessoas de outro sexo. Todo mundo que tem vida sexual ativa tem que pensar na qualidade da sua relação.?

O relatório aponta que 94,8% das pessoas infectadas no país estão sendo tratadas ? ainda que tardiamente. Mariângela explica que os quase 5% que não buscam tratamento são, geralmente, usuários de droga ou grupos que sentem medo da discriminação.

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