São Paulo (AE) – Os auditores fiscais e procuradores da Justiça Márcio Augusto Menezes, Franco Zerbini, Francisco Marques Oliveira e Pedro Paulo Magalhães foram presos na noite de quinta-feira na Grande São Paulo. Na verdade, esses eram os nomes fictícios usados por uma quadrilha que extorquia dinheiro de empresários em troca de ?fazer vista grossa? para irregularidades fiscais com o INSS e a Receita Federal. Dez suspeitos foram presos e quatro estão foragidos. Eles agiam em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Esse foi o resultado da Operação Titã, desencadeada em julho pela Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da Superintendência da Polícia Federal. A delegada Ligia Neves Aziz falou que os criminosos deviam agir desde 2000.
A maioria da quadrilha foi presa na capital paulista. Os líderes eram Claudio Novaes de Camargo, o Bola (falso auditor) e Róbson Adriano Coppola, o Magrão. Também foram pegos Washington Batista Souza, Ligeirinho ou Alemão (falso policial federal); Vivian Danuza Munho Lagoa (mulher de Bola e tesoureira); Daniela de Oliveira Santos (tesoureira e cobradora); Dilma Rodrigues da Silva (falsa auditora); Alexandre de Oliveira (marido de Dilma e cobrador); e Amílton Pimenta (coordenador). Fátima Elias Masseli de Souza (coordenadora) foi presa em Itu e Maria de Fátima Rodrigues Capiotto (falsa auditora), em Itapecerica da Serra.
Segundo a delegada, a quadrilha começava o golpe com a coleta de dados de uma empresa. Ligavam dizendo que eram de um sindicato ou associação e precisavam fazer o cadastro para mandar um convite para um evento. Após obter os dados, passavam por fax um documento do INSS apontando irregularidades na firma. Mais tarde, ligavam para a empresa falando sobre a ?vistoria?. Em seguida, para oferecer o favorecimento. Começavam pedindo entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Chegavam a R$ 10 mil. Em alguns casos, negociavam três cheques de R$ 1 mil. As vítimas começaram a desconfiar e avisaram as autoridades.