PT fez uso eleitoral das reformas, acusa oposição

O senador Efraim Morais (PFL-PB) apresentou-se anteontem como líder da minoria no Senado dizendo que fará oposição ao governo, não ao País. Disse ter uma clara noção das “responsabilidades acentuadas” do cargo, que assume no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso suas propostas de reformas tributária e previdenciária. Para ele, essas propostas poderão “definir o destino econômico, político e social desta e das futuras gerações”.

O senador destacou não serem essas propostas muito diferentes das apresentadas no governo anterior, “embora rejeitadas na época pelas mesmas forças políticas que agora as consideram fundamentais e inadiáveis”. Citou o presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, a quem Efraim atribuiu a afirmação de que “as propostas foram rejeitadas pelo PT não por razões ideológicas ou doutrinárias, mas simplesmente por não interessarem ao projeto de poder do partido”.

Ele foi taxativo nas críticas ao PT. – O partido queria ganhar as eleições e não convinha melhorar o País, porque isso poderia favorecer as forças situacionistas – afirmou o senador da Paraíba. O líder afirmou que a minoria não pensa assim. Disse que, pelo critério do “quanto pior, melhor”, o País “condena-se ao imobilismo e à decadência, e quem paga o pato é o povo”.

Lembrou que as propostas de reforma não encontram respaldo na base do partido do governo. – Entendemos que o governo deveria, antes de encaminhar proposta de tal magnitude ao Congresso, como é o caso da reforma da Previdência, acertar-se com sua base. Antes de pedir o nosso apoio, deve e precisa obter o apoio de sua própria base. Se não consegue convencer a si mesmo, a seus aliados, da natureza benéfica do que está propondo, como espera convencer a minoria ou a opinião pública? – questionou.

Para Efraim, é fundamental que as propostas “expressem um mínimo de coesão de sua base política”. Salientou que o Senado, composto por “gente madura e vivida que se impressiona mais com o conteúdo que com a forma”, irá zelar pelo interesse público no debate das reformas.

Em aparte, o líder do PFL, senador José Agripino (RN), afirmou ter sido acertada a escolha do líder da minoria por consenso em seu partido e no PSDB, lembrando que são essas as agremiações que inicialmente compõem a oposição.

Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), afirmou que chama a minoria de bloco parlamentar de oposição, por ter “a clara convicção que se transformará em um bloco parlamentar da maioria”.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) afirmou que o brilho de Efraim no desempenho da liderança será anexado ao Estado da Paraíba.

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