Brasília – O PT colocou à disposição da CPI dos Correios os sigilos fiscal, bancário e telefônico. Em carta lida no início da noite de ontem pelo senador Sibá Machaco (PT-AC), o partido informou que abre mão dos sigilos. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS) informou que irá analisar o documento na próxima quinta-feira, em reunião técnica.
Durante a manhã, Delcidio informou que a comissão está recebendo os originais dos documentos em que ex-dirigentes do PT abrem mão de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Os documentos foram assinados pelo deputado José Dirceu (PT-SP) pelo tesoureiro licenciado do PT Delúbio Soares, pelo ex-presidente do partido, José Genoino, e secretário-geral afastado da sigla Sílvio Pereira.
O ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório, em depoimento à CPI dos Correios, disse que nunca conversou com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre repasse de recursos para o PTB. Osório foi indicado ao cargo pelo ex-presidente do PTB José Carlos Martinez, morto em 2003. Jefferson afirmou, em depoimento na comissão, que os diretores de estatais indicados por partidos arrecadam dinheiro de empresas privadas com as quais trabalham.
O ex-diretor disse ainda que nunca teve contato com o ministro da Secretaria de Comunicação de Governo (Secom), Luiz Gushiken, ou com o secretário-executivo dessa secretaria, Marcos Flora. Segundo ele, o processo de contratação de agências publicitárias nos Correios era coordenado, sob "normas técnicas".