PSDB só negocia CPMF com corte de tributos

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e deputados federais presentes à Convenção Estadual do PSDB-SP reiteraram que o partido está aberto para negociar a aprovação da prorrogação da CPMF, em tramitação no Senado e já aprovada na Câmara, desde que o governo apresente proposta de redução de outros impostos para aliviar a carga tributária. A voz dissonante é a do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), contrário à manutenção da alíquota de 0,38%.

Serra defendeu que as negociações entre o governo e oposição resultem na diminuição da carga tributária. Se não for pela redução da CPMF (hoje em 0,38%), que seja pelo corte de outro tributo, como a contribuição patronal sobre a folha salarial ou o PIS/Cofins. "Se não houver negociação para redução da carga, o partido não aprova a CPMF", disse o governador.

Na sexta-feira, lideranças do PSDB reunidas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, admitiram que a legenda está aberta para negociar a aprovação da CPMF. O líder do partido na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio, que participou da reunião, confirmou que o partido não fechou o debate sobre o "imposto do cheque", mas a negociação está aberta apenas se o governo federal compensar a manutenção da alíquota de 0,38%.

O deputado federal Vanderlei Macris disse que o governo federal precisa descer do pedestal e apresentar alguma proposta concreta para redução de carga tributária. "Da forma como está, o PSDB não vai aprovar (a CPMF)". O deputado federal José Aníbal afirmou que uma das possibilidades discutidas é compensar a CPMF no Imposto de Renda.

Já o ex-governador Alckmin afirmou ser contra a manutenção da CPMF, admitindo apenas a continuidade de uma alíquota de 0,08%, com caráter de fiscalização. "Com o aumento da arrecadação, se não reduzirmos a CPMF agora, significa que ela ficará eterna", afirmou o ex-governador.

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