Problemas com Aerolíneas Argentinas não devem atrapalhar turismo no Brasil

Os problemas sofridos pela empresa aérea Aerolíneas Argentinas, que têm provocado atrasos nos aeroportos do país vizinho, ainda não devem trazer grandes impactos para o turismo no Brasil, avalia o diretor de Estudos e Pesquisa da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), José Francisco Lopes.

Desde meados da semana passada que a empresa acumula atrasos, cancelamentos e remarcações, principalmente no Aeroporto Ezeiza, na capital, Buenos Aires. A causa é greve e outros problemas com funcionários da empresa que trabalham em terra.

Além dos brasileiros com dificuldade em voltar da Argentina, existe o receio de que a situação no país vizinho traga problemas para o turismo no Brasil. Em 2006, mais de 920 mil argentinos vieram ao país, mais de 70% deles a lazer, boa parte para as praias de Santa Catarina, segundo dados da Embratur.

?Estamos todos preocupados e acompanhando a situação?, afirmou o secretário de Turismo de Santa Catarina, Gilmar Knaesel. Ele disse que a situação pegou de surpresa a secretaria, que prevê um aumento no fluxo de turistas argentinos em relação ao verão passado, principalmente em janeiro e fevereiro.

José Francisco Lopes diz que a situação afeta diretamente quem já tinha feito reservas em hotéis. Ele, no entanto, lembra que a maior parte dos turistas do país vizinho chega ao Brasil de carro. ?Na verdade, o fluxo maior nessa época do ano é terrestre. Mais de 200 mil vêm por terra e cerca de 120 mil por ar", ponderou. "Nem todos [que vêm de avião] são argentinos, há brasileiros que vêm também."

O diretor também explica que outro fator positivo é o fato de as viagens entre Brasil e Argentina representarem menos de 20% da oferta mensal de 120 mil a 130 mil assentos da Aerolíneas Argentinas. ?Há sempre a possibilidade de que as pessoas possam vir na ociosidade dos aviões brasileiros, que são em maior número?, disse. Aliás, essa é a recomendação para os brasileiros que enfrentam problemas na Argentina: buscar as empresas brasileiras e tentar reembolso pela Aerolíneas.

Para Lopes, essa é uma situação que ninguém gostaria de estar vivendo, mas ele se mostra seguro de que é passageira e logo vai se normalizar: ?Preocupar? Sempre preocupa, agora a oferta argentina, mesmo na parte aérea é menos de 20% e a parte terrestre, que é a maior, ela não tem nada envolvido nesse contexto; não é uma situação que deva perdurar?.

De acordo com a agência argentina Telam, hoje, além do Aeroporto Internacional Ezeiza, o Aeroparque Jorge Newbery, também em Buenos Aires, sofreu atrasos e cancelamentos. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), dois vôos foram cancelados em Porto Alegre e dois no Rio de Janeiro, um que chegava e um que partia em cada uma das cidades. A empresa informou que não houve relatos de mais transtornos para os passageiros.

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