Brasília – O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), anunciou ontem que o partido vai fazer prévias entre todos os seus filiados, no segundo semestre deste ano, para escolher o candidato da legenda à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com essa decisão, a parcela do PMDB que faz oposição ao Palácio do Planalto está reforçando a tese da candidatura própria à presidência da República, em 2006. "A idéia é não termos aliança nas eleições presidenciais no ano que vem. A idéia é termos candidatura própria", afirmou Temer, depois de se reunir com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, e o economista e ex-presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa.
Além de Garotinho, o presidente do PMDB citou o nome dos governadores do partido como pré-candidatos à presidência. Em dezembro do ano passado, a ala rebelde do PMDB fez uma convenção que decidiu pela candidatura própria do partido. Segundo Temer, as prévias que vão definir o nome do peemedebista que disputará a presidência da República começarão a partir de setembro e serão feitas, em um primeiro momento, em alguns estados. "É bom lembrar que a convenção que vai validar a candidatura própria e o nome do candidato será em junho de 2006" observou o presidente do PMDB.
Junto com as prévias, o partido pretende fazer um recadastramento de seus filiados, que serão os responsáveis pela escolha do nome que vai disputar as eleições presidenciais. "Existem 2,5 milhões de filiados ao PMDB, mas não sei se esse número hoje corresponde à realidade", disse Temer.
O anúncio formal de realização de prévias para escolher o nome de um candidato à sucessão de Lula põe por terra os planos do Planalto de ter o PMDB como um aliado nas eleições presidenciais de 2006. De olho no tempo de rádio e televisão e na estrutura partidária do PMDB, o presidente Lula sonha ter um peemedebista como candidato a vice-presidente em sua chapa. Além disso, o tempo de televisão e rádio da propaganda eleitoral gratuita nas mãos de adversários é um instrumento perigoso.
No encontro entre Temer, Lessa e Garotinho ficou acertado que o ex-presidente do BNDES apresentará, em um mês, uma proposta de programa para o PMDB para as eleições de 2006.