Polícia Federal revela que Nilton Servo e Morelli queriam expandir negócios

A Polícia Federal acredita que o novo lote de interceptações telefônicas da Operação Xeque-Mate que enviou à Justiça sexta-feira indica que Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava expandindo em ritmo acelerado os negócios de jogos de azar em sociedade com Nilton Servo – acusado de chefiar a máfia dos caça-níqueis. Os dois estariam tomando providências para abrir duas casas de bingo, em São Sebastião (SP) e Manaus (AM). ?Vão faturar já na primeira semana um caminhão de dinheiro?, diz Servo a Morelli, numa conversa gravada pela polícia em 30 de maio.

Os planos teriam ruído diante da operação da PF desencadeada cindo dias depois, que levou 80 pessoas para o presídio federal de Campo Grande. Entre os alvos da Xeque-Mate estão Morelli e Servo. A PF acusa o compadre de Lula de ser sócio de Servo em uma casa de videobingo em Ilhabela (SP) e na operação de máquinas caça-níqueis espalhadas pela cidade.

Morelli ficou preso 10 dias. Na quarta-feira à noite foi libertado e voltou a São Bernardo do Campo, onde mora e toca uma empresa que aluga carros para políticos em campanha eleitoral. Os grampos da PF, porém, mostram que ele estaria muito mais empenhado em ampliar sua participação na jogatina. O advogado Milton Fernando Talzi, que defende Morelli, afirma que seu cliente não é sócio de bingo.

Em uma conversa interceptada pela PF em 29 de março, às 14h42, o compadre de Lula recebeu telefonema de um presidiário, não identificado. Os dois comentam sobre um dinheiro que Morelli ficou de depositar para o detento. No diálogo, o compadre do presidente conta ao amigo sobre o negócio que abriu em Ilhabela. ?É um salão com aquelas máquinas de bingo?, anuncia, empolgado. Ele afirma que está operando 30 máquinas e vai instalar mais 30 em São Sebastião. Também relata que explora máquinas de rua, funcionando em bares. O prisioneiro aproveita para pedir emprego ao compadre de Lula e diz que vai fugir da cadeia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Voltar ao topo