Polícia Federal indicia ex-assessor de Palocci

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Toledo: advogado de Netto.

A Polícia Federal indiciou ontem, por quebra de sigilo bancário, o jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de comunicação de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda. O delegado Rodrigo Gomes, que dirige o inquérito sobre a violação de dados confidenciais do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, informou que "tem convicção" de que Netto teve participação no vazamento dos extratos da conta do acusador de Palocci.

Formalmente, Netto é acusado de transgredir o artigo 10 da Lei Complementar 105, que trata dos crimes contra o sistema financeiro. Se processado e condenado, pode pegar pena de 1 ano a 4 de prisão, e multa. "Meu cliente é inocente", afirmou o advogado Eduardo Toledo, defensor do ex-assessor de Palocci. "Esse indiciamento não tem amparo fático e jurídico."

Netto é o terceiro indiciado no escândalo que derrubou Palocci, até então apontado como o ministro mais forte e influente do governo Lula. Antes do jornalista, já haviam sido enquadrados por violação de sigilo funcional e quebra do sigilo bancário o próprio Palocci e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso.

A PF comunicou que Netto não foi indiciado pela violação de sigilo funcional porque, como assessor de imprensa, não servidor ou dirigente da Caixa, não teria obrigação de preservar o segredo acerca da movimentação financeira de Nildo. Foi a segunda ida de Netto à PF. Na primeira, fez silêncio. Ontem, respondeu a todas as indagações, mas negou que tenha repassado ou recebido das mãos de Palocci os extratos bancários de Nildo.

O ex-assessor confirmou que foi à casa de Palocci no dia 16, data da quebra do sigilo do caseiro, "para despachar com o ministro assuntos institucionais referentes às suas funções no Ministério da Fazenda". Segundo seu advogado, Netto foi sozinho à casa de Palocci e não tinha conhecimento de que outras pessoas poderiam estar lá. "O meu cliente negou qualquer contato ou conhecimento antes da publicação (dos extratos) e da veiculação."

A PF decidiu pedir autorização judicial para ter acesso ao histórico de chamadas telefônicas realizadas e recebidas por Netto. Interessa à polícia identificar os contatos que ele manteve nos dias 16 e 17 de março. 

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