Polícia exuma corpo de alagoana morta na Espanha

Seis peritos da Polícia Federal (PF) realizaram hoje a exumação do corpo da dançarina alagoana Luciene Maria da Silva, encontrada morta numa casa noturna, na Espanha, em junho de 2008. A exumação foi autorizada pelo juiz federal Paulo Cordeiro, a pedido do delegado da PF Olívio Brandão, que preside o inquérito sobre o caso.

De acordo com o delegado, a exumação foi autorizada pela Justiça porque a família suspeita que a alagoana tenha sido assassinada e porque há imprecisão no laudo feito pela polícia da Espanha, que aponta para suicídio a causa da morte de Luciene. Para o delegado, a hipótese de homicídio não está descartada, por isso a exumação foi importante.

“O laudo pericial sobre a exumação pode dizer, por exemplo, se houve fratura em algum osso da vítima”, afirmou Brandão. Segundo o delegado, apesar do corpo da jovem ter sido sepultado há mais de um ano de dois meses, o material coletado durante a exumação foi considerado em excelente estado de conservação para os exames que serão realizados.

O laudo sobre a exumação do corpo da alagoana deve ficar pronto dentro de 60 dias. Todo o material será levado para Brasília, onde será examinado no laboratório de perícia forense da PF. Para o delegado que preside o inquérito, o resultado do laudo é de fundamental importância, já que existe uma discrepância entre a versão da polícia espanhola e a suspeita da família.

“A polícia da Espanha aponta como causa da morte asfixia provocada por enforcamento, com diagnóstico de suicídio. No entanto, a asfixia pode ter sido provocada por outra pessoa, apontando para homicídio”, questionou o delegado da PF.

O pedido de investigação foi feito pela mãe de Luciene, Maria José da Silva, com a ajuda da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas. A denúncia foi feita ao Ministério Público Estadual, mas como o caso tem repercussão internacional, toda a documentação foi encaminhada ao Ministério Público Federal, que solicitou da PF a abertura de inquérito para apurar o caso.