Polícia de São Paulo prende 8 por fraude em licitações

Operação conjunta do Ministério Público Estadual e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo prendeu no fim da tarde de ontem seis empresários supostamente envolvidos em um esquema de fraudes em licitações para contratação de empresas de segurança e limpeza.

Contratos de pelo menos seis prefeituras de São Paulo são alvos da investigação – Mauá, Hortolândia, Peruíbe, Indaiatuba, Guarulhos e Campinas.

Segundo o Ministério Público Estadual, políticos e prefeitos podem ter ligações com a organização criminosa. Um único contrato sob suspeita soma R$ 500 milhões. O grupo corrompia agentes públicos para vencer processos de concorrência. A investigação revela contratos elaborados pelos empresários e entregues aos administradores para direcionar as licitações.

A promotoria informou que o governador do Tocantins, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), é citado em telefonemas interceptados com autorização judicial. No rastro de um integrante da organização, investigadores descobriram Gaguim e uma comitiva em um hotel em São Paulo.

Como governador tem prerrogativa de foro, o núcleo de Campinas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)- braço do Ministério Público – não o investigou. Todas as informações a ele relacionadas serão enviadas segunda feira ao Superior Tribunal de Justiça, corte que tem competência para eventual abertura de inquérito. A assessoria de Gaguim não retornou contatos do Estado, por telefone e por e-mail.

Foram detidos dois policiais civis, Alcir Biason Júnior e Alexandre Felix Sigrist. Eles são apontados como seguranças de uma mansão que servia de base para o grupo em Campinas. Também transportavam valores. Durante meses, agentes da promotoria filmaram o entra e sai de veículos de luxo na casa.

A operação seria deflagrada na terça-feira, mas foi antecipada – os alvos chegaram a trocar telefonemas de alerta e fugiram de Campinas para se hospedar em hotéis de São Paulo com nomes falsos.

Um deputado estadual de Minas também é citado na investigação. Ele teria negócios com a quadrilha na área de mineração. Um contrato, no valor de US$ 400 milhões (cerca de R$ 680 milhões), está sob análise da promotoria. Os negócios são relativos à exploração de uma jazida de manganês no Tocantins.

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