Polícia busca responsáveis por bomba em Campinas

A polícia tenta capturar quatro integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvidos no plano de detonar 30 quilos de explosivos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Eles teriam como base uma favela da região de Campinas. Dois abandonaram um Gol roubado, no acostamento da Rodovia Anhangüera, com 12 bisnagas de emulsão (explosivo usado em pedreiras), detonadores, pavios e retardadores.

O secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, que inaugurou hoje o prédio reformado do Instituto Médico-Legal (IML), disse que o monitoramento do crime organizado continua, para evitar que o PCC tente atentados. ?Temos uma central com capacidade para grampear cerca de 300 telefones ao mesmo tempo.? Para ele, as novas ações do PCC não indicam um recrudescimento do crime organizado. ?Aqui, em São Paulo, todas as lideranças estão presas.?

Para aumentar o isolamento dos líderes da facção, o governo deve instalar até sexta-feira bloqueadores de celular em mais duas penitenciárias: Iaras e Presidente Venceslau 2. Foi para um preso de Iaras, Nilson Alcântara dos Reis, o Faísca, que Petronília Maria de Carvalho Felício deu a ordem para pôr uma bomba na Bovespa.

Petronília estava repassando a determinação do marido, o líder máximo do PCC, José Márcio Felício, o Geleião, preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes. Ela foi detida após visitar o marido, no domingo. Após sua prisão, Geleião telefonou aos comparsas ordenando que os explosivos fossem entregues à polícia e o atentado, cancelado.          Para o secretário-adjunto da Administração Penitenciária  José Rolim Neto, é necessário alterar a lei para que a conversa de advogados e parentes com os presos possa ser gravada e filmada. ?Isso acabaria com o uso deles como pombos-correio.? O Departamento de Investigações Contra o Crime Organizado (Deic) interrogou Petronília ontem, mas ela se recusou a falar. A mulher de Geleião deve ir para o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP), em Taubaté.

Segundo Rolim Neto, muitos dos líderes do PCC não concordam com a onda de atentados lançada por Geleião. ?Eles perceberam que não ganham nada com isso.? Entre eles está Cesar Augusto Roris, o Cesinha. Sua posição tem motivos pessoais. Portador do vírus da aids, ele quer sair de Presidente Bernardes e cumprir pena em outro presídio, onde possa receber atendimento médico melhor.

Voltar ao topo