PMDB agora pensa na “tríplice aliança” com PSDB e PFL

Foto: Agência Brasil
Presidente do PMDB, Michel Temer: tríplice aliança com o PSDB e o PFL contra Lula.

Um dia após a reunião com presidentes regionais, governadores e pré-candidatos aos governos estaduais do PMDB, na qual a tese da candidatura própria do partido saiu fortalecida, ainda continua indefinido o cenário para a legenda em 2006. A divisão ficou exemplificada pelo placar da votação de ontem, quando 11 diretórios votaram a favor da candidatura e 13, contra.

Entretanto, nos bastidores, são duas as hipóteses mais admitidas nesse momento: o lançamento de um candidato próprio, mesmo contrariando os interesses regionais do partido ou uma coligação com PSDB e PFL (a "tríplice aliança"), com vistas na derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – tema tratado ainda com reservas por todos os envolvidos.

Os partidos da oposição aguardavam com ansiedade a decisão de anteontem, por acreditarem que dali poderia sair uma decisão favorável à aliança – se fosse rejeitada a candidatura, uma pré-convenção seria convocada e rechaçaria de vez a idéia de se ter um candidato para presidência. A votação, no entanto, jogou um balde de água fria nas intenções do PSDB e do PFL, mas ainda não encerrou a discussão.

"Não há outro caminho, caso a candidatura não decole, que não o da formação de uma tríplice aliança com o PSDB e o PFL . Esse é o caminho natural", diz um membro do alto escalão do partido.

Os governistas, obviamente, ainda são uma barreira, mas que podem até jogar a favor da pretensa aliança. Segundo informações colhidas pela Agência Estado, os parlamentares do PMDB que integram a base do governo querem convocar a tal pré-convenção que vai deliberar sobre duas hipóteses: candidatura ou independência.

"Se isso ocorrer e houver a decisão pela desistência da candidatura, ficará mais fácil fechar com o PSDB e PFL. Até porque, nos estados onde o PMDB tem candidatos fortes, as alianças são com os dois partidos", diz uma fonte envolvida na negociação. Nesse sentido, há duas semanas, um almoço em São Paulo selou essa via alternativa para o PMDB. Juntaram-se para discutir a possibilidade da aliança os três presidentes dos partidos: Michel Temer (PMDB), Tasso Jereissati (PSDB) e Jorge Bornhausen (PFL).

PFL abriria mão da vice de Alckmin

São Paulo – No encontro entre os presidentes dos três partidos ficou acertado que o PFL abriria mão da vice na chapa de Alckmin para o PMDB – o que explica a indefinição do PFL – e que tucanos e pefelistas aguardariam até meados de maio para uma definição do PMDB. Para os dois partidos, esse prazo é difícil de ser mudado, dado que se faz necessária a definição de um vice antes da convenção do PMDB, marcada para junho.

Caindo a tese da candidatura própria, abre-se então a discussão pela vaga de vice na chapa de Alckmin. Até agora, um nome ocupa o primeiro lugar no rol de desejos de tucanos e pefelistas: Anthony Garotinho. Se perder a briga pela candidatura, pouco resta para o ex-governador fluminense, se não a integração na chapa tucana. O governador Pernambucano, Jarbas Vasconcellos, nome mais lembrado por tucanos, já avisou que não encara a corrida presidencial – tem uma eleição para o Senado praticamente garantida em seu Estado.

Garotinho, por sua vez, tem falado constantemente com Alckmin e já deixa transparecer, por meio de interlocutores, que poderia ser o vice do candidato tucano, no que tem sido chamado de chapa "GG". "Ele será fundamental nessa eleição e tem que ser sempre levado em consideração", diz um tucano, que ainda calcula uma transferência superior a 10% das intenções de votos para Alckmin caso Garotinho integre a chapa.

Por enquanto, o ex-governador do Rio de Janeiro bate forte na tese da candidatura própria, melhor opção para ele, mas os "ponteiros estão se acertando", segundo confidenciou um outro tucano. "Vamos esperar com calma, mas essa hipótese está na mesa."

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