PF pede novos documentos de Renan Calheiros ao Conselho de Ética

Brasília – A Polícia Federal requisitou ao Conselho de Ética do Senado novos documentos para que possa concluir a perícia sobre as transações de venda de gado do presidente do Senado, Renan Calheiros. Com o pedido, os relatores do caso já trabalham com a possibilidade de estender o prazo de conclusão dos trabalhos de investigação com o objetivo de saber se Calheiros teve contas pessoais pagas por terceiros.

O senador Renato Casagrande, um dos relatores da comissão, admitiu que a Polícia Federal precisará de mais tempo para periciar as notas fiscais e documentos apresentados por Renan Calheiros da venda de parte do seu rebanho. Segundo o relator, a nova documentação requerida inclui comprovantes de empresas que teriam adquirido gado do senador e que não constaram no primeiro requerimento, de junho.

Os peritos também requereram documentos da Secretaria da Fazenda de Alagoas referentes ao frigorífico Mafrial, um dos principais compradores, bem como outros frigoríficos que negociaram gado com o senador.

O outro relator no conselho, senador Almeida Lima (PMDB-SE), considerou abusiva a iniciativa dos peritos ao requererem  novos documentos. "Na minha avaliação é completamente abusivo e impertinente. Para vocês terem uma idéia, até a carteira de produtor rural estão pedindo, como se estivessem investigando questões sanitárias", disse. O parlamentar informou que foram pedidos cerca de 60 novos documentos ao conselho.

Já a relatora Marisa Serrano (PSDB-MS) não compartilha da opinião do peemedebista. Considera o requerimento "perfeitamente cabível". Para ela, os pedidos envolvem "documentos pertinentes ao que foi solicitado pelo Conselho de Ética. Se a Polícia Federal nos solicitou estes documentos é porque precisava deles para completar as investigações".

A senadora disse que não vê problema algum em o conselho esperar "um pouco mais" para ter uma apuração conclusiva por parte dos peritos da PF.

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