PF apreende fitas na casa de Cassol

Brasília – A Polícia Federal de Rondônia tem prazo de 30 dias para analisar o material apreendido na casa do governador do estado, Ivo Cassol, na quinta-feira. Os mandatos de busca e apreensão foram determinados pelo Tribunal de Justiça de Rondônia e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na busca, os agentes federais apreenderam 19 microfitas de vídeo e também uma microcâmera acoplada a uma maleta, além de computadores e documentos. Cassol utilizou o equipamento para gravar conversas com deputados estaduais pedindo propina em troca de votos a favor de projetos de interesse do governo na Assembléia Legislativa.

Nas gravações, os deputados estariam negociando o pagamento de R$ 50 mil por mês para cada um do grupo em troca de apoio político. Em diferentes conversas foram flagrados os deputados Ellen Ruth (PP), Ronilton Capixaba (PL), Daniel Nery (PMDB), Emílio Paulista (PPS), Kaká Mendonça (PTB), João da Muleta (PMDB) e Amarildo de Almeida (PDT). As cenas foram exibidas no Fantástico, da TV Globo, no mês passado.

De acordo com o superintendente da PF em Rondônia, Joaquim Mesquita, a perícia vai permitir a intensificação das investigações sobre o assunto. ?Todo o material apreendido será analisado e a partir das conclusões da perícia vamos saber se houve manipulação de imagens. Só assim, poderemos dar continuidade às investigações e apurar melhor as denúncias do governador?, disse.

Busca

Os agentes foram também na sede da NDA Comunicação, empresa que tem a conta publicitária do governo estadual, também à procura de fitas, mas nada encontraram.

Mesquita disse que o governador chegou em casa logo após os agentes da PF e concordou em entregar o material. ?Fomos à casa dele exclusivamente para pegar as fitas brutas. A busca aconteceu também na NDA porque tivemos a informação de que ali teriam sido feitas cópias dessas fitas?, explicou.

Segundo Mesquita, as fitas apreendidas estão sendo examinadas e hoje será possível saber de todo o conteúdo. ?As pessoas que aparecerem nas gravações ou que forem citadas serão chamadas à Polícia Federal para serem ouvidas. Vamos apurar detalhadamente esses fatos divulgados em nível nacional. O inquérito foi aberto pelo Ministério da Justiça.?

Ontem pela manhã, a PF foi até a fazenda do presidente da Assembléia, Carlão de Oliveira, e à casa de um servidor do Legislativo. ?Apreendemos computadores e documentos que serão utilizados na investigação do caso das gravações?, detalhou Mesquita.

Segundo o superintendente, o conteúdo das fitas de vídeo mostra indícios de corrupção. ?Com base nisso estamos investigando documentação da Assembléia. Todas as apreensões estão ligadas ao mesmo caso?, acrescentou.

Outra empresa investigada foi a Signo, maior ?factoring? de Porto Velho. A suspeita é que possa estar sendo lavado dinheiro público.

Em Santa Luzia do Oeste, a cerca de 600 quilômetros de Porto Velho, também foi cumprido mandado de busca e apreensão. A cidade é o reduto dos Cassol e abriga a ?Cassolândia?, vila existente na fazenda da família. Foi onde o governador começou a montar suas empresas.

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