Patrícia Saboya diz que governo não previne exploração sexual

A presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, Patrícia Saboya (PDT-CE), chamou hoje a atenção para a "falta de responsabilidade" dos governantes que não tomam providências contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, e afirmou: "Que criem vergonha na cara, que deixem de abraçar crianças na hora dos comícios, na hora das politicagens. No dia, de propósito, esquecem de pôr dinheiro no Orçamento para recuperar essas crianças.

Patrícia foi relatora da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou a exploração sexual de menores. Em discurso na tribuna da Casa, ela disse que, várias vezes, procurou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir medidas. "Estive pessoalmente, com o presidente em alguns momentos. Mandei a ele no seu gabinete, fotos reveladas pela Polícia Federal (PF) de crianças recém-nascidas sendo estupradas, de crianças de 2 meses de idade mortas. Infelizmente, até hoje, o Brasil não conseguiu dar uma resposta pela irresponsabilidade de governos que não têm a sensibilidade de entender aquilo de que estamos falando", afirmou.

Patrícia reclamou da omissão das autoridades e, mais uma vez, protestou contra o episódio que aconteceu no Pará, onde uma adolescente entre 15 e 17 anos ficou detida numa cela com homens de mais de 20 anos. Segundo a presidente da CAS do Senado, casos semelhantes a esse ocorrem em outros lugares. Patrícia lembrou que, durante as investigações da CPI, visitou todos os Estados e presenciou barbaridades. "Desde uma mãe que colocava uma filha de 10 anos no porta-malas de um carro para servir de amante ao seu próprio amante; desde fatos bárbaros, como o de um médico, que eu vi no interior do Mato Grosso, que obrigava as meninas a fazerem aborto, mas antes teriam de ter relações sexuais com ele causando a morte de meninas. Eu vi sonhos sendo destruídos, mas eu vi, ao mesmo tempo, meninas muito corajosas, meninas que foram capazes de romper com o silêncio, com o medo, com a vergonha, com o preconceito e dar uma lição a cada um de nós", completou.

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