Partidos firmam protocolo contra reeleição de Lula

Apesar de setores do PT e amigos de Lula tentarem articular um movimento pelo terceiro mandato, a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar uma emenda permitindo nova reeleição do presidente de República, governadores e prefeitos foi descartada no último dia 6 por presidentes de dez partidos (PT, PMDB, PSDB, DEM, PP, PC do B, PSB, PPS, PTC e PSC) que assinaram nota contra a proposta.

Em sete linhas, eles tentam enterrar as especulações de manobras para aprovar a emenda. ?Essa nota é uma pá de cal sobre o assunto terceiro mandato?, resumiu o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. ?Não está na pauta de nenhum partido político a discussão do terceiro mandato?, disse o líder do PMDB, deputado federal Michel Temer. Mas foi a adesão do PT à campanha para encerrar as discussões sobre o terceiro mandato que levou tranqüilidade a Brasília. ?O PT nunca estimulou nem em nenhum momento propôs qualquer alteração na Constituição para um terceiro mandato?, afirmou o presidente do partido, deputado federal Ricardo Berzoini.

A nota dos dez partidos políticos foi divulgada horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter chamado a atenção do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), do próprio Berzoini e do deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP), autor da proposta de plebiscito sobre uma segunda reeleição, determinando o fim da polêmica em torno de um terceiro mandato. Devanir já admitiu desistir da idéia. Em entrevista na última terça-feira, Lula disse que a discussão sobre um terceiro mandato seria insensatez e lembrou que foi contra a reeleição, quando o governo Fernando Henrique Cardoso a aprovou. ?Eu era contra a reeleição de um mandato, porque seria favorável à reeleição de outro mandato??, disse Lula.

No entanto, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, acredita que para o terceiro mandato ser realmente sepultado falta um pronunciamento público do presidente Lula. Ele disse que ficou satisfeito com a declaração do presidente do PT, Ricardo Berzoini, mas acrescentou que é preciso que alguém, acima de Berzoini garanta que 31 de dezembro de 2010 será o seu último dia na Presidência da República.

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