Para UDR, se governo comprasse terra com dinheiro faria reforma

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse ontem que o governo tem dificuldade em adquirir terras para a reforma agrária no Pontal do Paranapanema, região de conflitos fundiários no extremo oeste do Estado de São Paulo, porque insiste em pagar a compra com Títulos da Dívida Agrária (TDA). "Se o governo pagasse em dinheiro, não haveria essa dificuldade."

Sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o governo estadual pela demora nos assentamentos no Pontal, alegando que o dinheiro mandado para o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) não foi destinado para a compra de áreas. O Itesp alegou dificuldades nas negociações. Segundo Garcia, o governo paga as benfeitorias em dinheiro e o valor da terra em TDA. "Mas na avaliação, o valor das benfeitorias é subestimado e acaba representando apenas 10% do valor total do imóvel. Com isso, o dono da terra recebe 90% em TDA." Na realidade, segundo ele, as benfeitorias representam, em média, dois terços do valor do imóvel. "O problema da TDA é o prazo de resgate, que vai de 3 a 20 anos." Para transformar os papéis em dinheiro, o fazendeiro paga um deságio de 25%, segundo Garcia.

O presidente da UDR contestou também a supervalorização das terras do Pontal pelo Incra, apontada por prefeitos e corretores de imóveis da região. Segundo ele, os valores pagos na compra das fazendas Santa Luzia, em Mirante do Paranapanema, e Aprumado, em Rancharia, estão de acordo com o mercado. "Há uma confusão por causa das terras que estão com a titularidade contestada na justiça. Estas, evidentemente, não alcançam o mesmo valor.? 

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