O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta segunda-feira (4), numa entrevista ao site da BBC, sobre a insistência do Brasil na questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU e na reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho. "Precisamos convencer o mundo de que não há motivo para que a América Latina não esteja representada no Conselho de Segurança, ou para que a África não esteja representada e que países importantes como Índia, Alemanha e Japão não sejam membros", disse. Lula manifestou otimismo de que as negociações de comércio mundial da Rodada Doha vão alcançar um acordo.
No que se refere a Hugo Chávez, Lula disse que não se sente traído pelas recentes divergências com o presidente venezuelano, que na semana passada acusou o Congresso brasileiro de agir como "papagaio" dos Estados Unidos. Antes, o Senado do Brasil havia aprovado uma moção pedindo que o governo da Venezuela reconsiderasse a revogação da concessão da rede de televisão RCTV.
Na sexta-feira, Lula havia declarado que seu colega venezuelano deveria cuidar de seus próprios assuntos. Mas, na entrevista à BBC, o presidente frisou que a Venezuela é parceira do Brasil. "Chávez tem suas próprias razões para lutar contra os EUA, e os EUA têm suas próprias razões para lutar contra a Venezuela. O Brasil não tem motivo para lutar contra os EUA nem contra a Venezuela", afirmou.
Lula está em Nova Délhi, capital da Índia, para negociações em torno do estreitamento de laços comerciais entre a Índia e o Brasil, duas das principais economias emergentes do mundo. As informações são da Dow Jones.