Para FHC, governo Lula “dormiu no ponto” com o setor aéreo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta-feira (9) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "dormiu no ponto", numa referência ao apagão aéreo. "É claro que os governos, e eu me incluo, têm responsabilidade, porque muita coisa vem de mais tempo. Mas isso não absolve o atual governo, porque estourou tudo agora", disse FHC, que participa hoje do seminário "Fundamentos da economia e os desafios do crescimento" promovido pelo PSDB na capital paulista. FHC disse ser evidente que havia desconexão e falta de comando no setor. "E levou dez meses para (o governo) dar este comando", afirmou o tucano, sobre a indicação de Nelson Jobim (que foi seu ministro da Justiça) para o Ministério da Defesa.

Apesar das críticas ao governo Lula, o ex-presidente tucano ponderou que não se deve usar a crise aérea partidariamente ou eleitoralmente. "Não é uma questão partidária, é uma questão muito séria, pois morreu muita gente. Não adianta ficar fazendo muito escândalo, o que ocorreu é muito trágico", disse ele, numa referência ao acidente com o Airbus da TAM em Congonhas, ocorrido no dia 17 do mês passado, que vitimou 199 pessoas.

Questionado sobre a onda de denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), FHC desconversou. Sem citar nominalmente o peemedebista, ponderou: "O que hoje mais irrita todo mundo é uma só palavra: a impunidade". Na sua avaliação, é necessário dizer que o País não está vivendo plenamente o seu Estado de Direito, "que é quando a lei vale". E continuou: "É preciso apurar tudo e punir. Sem punir, o povo não tem confiança e fica a impressão de que o crime compensa".

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