Para FHC, governo foi intransigente e não negociou CPMF

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta quinta-feira (6) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi intransigente nas negociações para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "O governo Lula foi intransigente porque achou que levaria pela força e não abriu nenhum canal real de negociações com o PSDB", destacou FHC em sabatina realizada na tarde desta quinta-feira pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’, na capital paulista.

Com relação às dificuldades que o governo Lula enfrenta para aprovar o tributo, o ex-presidente acredita que é possível que a votação da matéria no Congresso Nacional fique para janeiro de 2008. E disse que, neste caso, será preciso negociar de novo. "O PSDB não pode ser irresponsável frente ao País e o governo Lula também não", argumentou, numa referência à necessidade de uma real negociação entre seu partido e o Executivo com relação à CPMF.

FHC disse que na sua gestão apoiou a aprovação da CPMF no Congresso porque a conjuntura era outra. "Naquela época, precisávamos efetivamente de recursos por causa do fim de um grande imposto e a inflação. Além disso, a economia crescia a taxas menores". O ex-presidente tucano disse que nunca achou a CPMF um imposto ruim, mas na atual conjuntura não acha necessário que o País continue tendo uma carga tributária tão elevada.

Ao falar da CPMF, Fernando Henrique citou a proposta do ex-presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), de redução gradual das alíquotas da contribuição. Segundo FHC, o governo do presidente Lula também não levou em conta essa proposta.

Questionado sobre a postura divergente que o PSDB está tendo com relação à prorrogação da CPMF, que tem de um lado os governadores da legenda apoiando a prorrogação do tributo e, de outro, a bancada do Senado com posicionamento contrário, FHC disse que é muito difícil um partido ter total unidade, "até mesmo porque na democracia as opiniões divergentes são levadas em conta". Sem citar diretamente os governadores de sua legenda que defendem este tributo, alegou que a matéria envolve também interesses administrativos.

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