Oposição no Senado quer ouvir ministro da Justiça

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Márcio Thomaz Bastos: nome envolvido na quebra de sigilo.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, poderá ter que comparecer ao Senado para explicar se teve participação na violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou requerimento para que o ministro seja convocado a falar no plenário da Casa e obteve apoio da oposição. Em uma casa onde o governo não tem maioria, são boas as chances de o requerimento ser aprovado. "O governo está perdendo a noção das coisas. Era para ele (Bastos) atravessar a rua e vir aqui no Senado dar explicações. Ele (Bastos) insiste em ser Armando Falcão (ministro da Justiça no governo Geisel). Deveria ser Paulo Brossard (ministro da Justiça de José Sarney)", afirmou Virgílio.

Para o tucano, o ministro está numa posição desconfortável depois da revelação do suposto envolvimento de assessores no caso da quebra do sigilo e sua permanência no cargo pode ficar insustentável. "Não quero prejulgar, mas quero que o ministro nos dê explicações. Temos que saber qual foi a participação do ministro e quais providências tomou, se tomou alguma", disse o senador.

A decisão de chamar Thomaz Bastos ao plenário, e não à CPI dos Bingos – que quer investigar a quebra de sigilo de Francenildo – foi uma forma da oposição reagir ao suposto envolvimento do ministro no caso sem tratá-lo como culpado. "Não estou sentindo que o ministro deva ser tratado como réu, por isso não propus que comparecesse à CPI. Mas acho que ele já tem explicações a dar", disse Virgílio.

O senador ACM concorda que o plenário é o melhor lugar. Já avisou que vota a favor da convocação proposta por Virgílio, mesmo sendo amigo do ministro. O pedido tem que ser posto em votação no plenário da Casa, com pelo menos a metade dos senadores presentes e ter a metade mais um dos votos para ser aprovado. Como o governo não tem maioria no Senado, a aprovação será mais fácil. 

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