Operação acaba com ações de hackers

Uma operação da Polícia Federal batizada de ?Ponto com? resultou ontem na prisão de mais de 20 hackers, integrantes de uma quadrilha especializada em crimes pela internet, que agia nos três estados do Sul, além de São Paulo e Salvador.

A maior atuação da Polícia Federal foi no Rio Grande do Sul, onde 18 pessoas foram presas. No Paraná, foram detidas em Curitiba e municípios da região metropolitana três pessoas, entre elas um adolescente de 16 anos de idade, que foi encaminhado à Delegacia do Adolescente da capital.

A operação teve início às 6h e envolveu 280 policiais federais. No total, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo recolhidos computadores, CDs e documentos bancários de supostas vítimas dos hackers. Os materiais serão encaminhados à perícia. ?As investigações que resultaram nas prisões tiveram início há seis meses. Os hackers obtinham os dados bancários das pessoas através do envio de spans (e-mails falsos). Depois, os utilizavam para realizar transferências de valores, saques através de cartões, pagamentos de despesas de compras em boletos bancários e aquisições em sites da internet?, disse o delegado da Polícia Federal, Omar Haj Mussi.

A quebra do sigilo bancário dos acusados, autorizada pela Justiça, revela que a quadrilha chegava a desviar um milhão de reais por mês das contas de suas vítimas. Segundo as investigações, a quadrilha já vinha atuando há pelo menos um mês.

Entre os presos está, segundo a Polícia Federal, o chefe da organização criminosa, um homem de 43 anos, que atuava em Novo Hamburgo, a 45 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. Os detidos devem responder por furto qualificado, estelionato, receptação, formação de quadrilha e interceptação de informática não autorizada. Se condenados, podem pegar penas que variam entre cinco e quinze anos de reclusão.

O delegado Fernando Francischini, da Polícia Federal no Paraná está em Porto Alegre, onde participou do comando das ações e da avaliação dos resultados da operação, discutindo, inclusive, uma possível transferência dos presos para a delegacia de Curitiba. Até o fechamento desta edição, 27 prisões haviam sido confirmadas.

Oito meses de investigação

As investigações sobre o bando começaram há oito meses, segundo o delegado Ildo Rosa, que coordenou a operação em Florianópolis (SC). Com o rastreamento das ligações telefônicas conseguiram o mandado de busca e apreensão, executado ontem. O golpe consistia em enviar cerca de 60 mil e-mails falsos por dia para obter números de contas bancárias e senhas. Em seguida, havia duas formas de fraude: o desvio de dinheiro para contas de ?laranjas?, como Ígor fazia em Florianópolis, e o pagamento de boletos de cobrança falsificados. ?Empresas grandes, que se beneficiaram com o esquema, também serão investigadas?, disse o delegado. Para a Polícia Federal, o golpe pode estar sendo aplicado em todo o Nordeste. ?Já recebemos ligações de Maceió de pessoas que foram vítimas?, afirmou Ildo Rosa.

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