Onda de terror atinge o Rio e mata 18

Onda de ataques criminosos no Rio de Janeiro, combinada com confrontos entre bandidos e policiais militares, causou a morte de pelo menos 18 pessoas, entre a madrugada e a manhã de ontem. Foram nove civis, dois policiais militares e sete suspeitos de integrar o crime organizado, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do estado. Também houve 22 feridos civis e policiais.

Entre os principais atentados registrados está o incêndio em um ônibus de turismo da Viação Itapemirim, que matou sete pessoas carbonizadas e feriu outras 20 pessoas. Os bandidos também atearam fogo em outros 11 ônibus urbanos, mas não houve vítimas. Além disso, ocorreram ataques a delegacias, como a 28.ª unidades onde um policial militar morreu, e a uma cabine da polícia no bairro de Botafogo.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, o secretário de Segurança Pública, Roberto Precioso, atribuiu os ataques criminosos a uma tentativa de retaliação à proposta de reestruturação da política carcerária, pretendida pelo novo governo. Segundo ele, a polícia já tinha informações do planejamento dos ataques e atuou, segundo o secretário, para prevenir.

As ações teriam evitado que os ataques se tornassem tão graves como os que ocorreram com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), neste ano, em São Paulo. ?O sistema carcerário estava acomodado. Com a mudança de governo eles temem que o sistema endureça. Então eles estão criando dificuldades para depois conseguir facilidades. Veja bem, esses ataques estão refutando as milícias e acho que é contra o estado. O estado está possibilitando um prejuízo financeiro a essas organizações com a ação efetiva da polícia, combatendo principalmente o tráfico de entorpencente?, explicou.

Outro motivo seria o fortalecimento das milícias nas favelas da cidade. As milícias foram denunciadas como organizações de ex-policiais que atuam ilegalmente nas favelas contra o tráfico de drogas. Antes dos atentados, os criminosos teriam distribuído panfletos, nos quais estava escrito: ?Rosinha e Garotinho apóiam a milícia contra o pobre e favelado?. Há suspeitas de que os atentados tenham sido coordenados pela facção criminosa Comando Vermelho. Segundo uma fonte da área de segurança, a ordem para os ataques teria partido do presídio de Bangu.

Para o secretário Roberto Precioso, o governo não identificou nenhuma facção criminosa como exclusiva organizadora dos ataques. Segundo ele, foi uma ação conjunta contra a população e o estado. O policiamento foi reforçado, segundo a secretaria, em 10 favelas das zonas norte, sul e oeste. Até ontem houve confrontos com a polícia em 12 pontos da cidade. Três suspeitos foram detidos.

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