Obra do Madeira foi festejada na Bolívia em 2006

O governo boliviano do presidente Evo Morales mobilizou a chancelaria para reclamar do Brasil e cobrar explicações sobre a concessão das licenças ambientais para a construção das usinas hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, mas o Itamaraty e as empresas Furnas e Odebrecht têm a certeza de que se trata de uma ?manobra política de ocasião?, como disse um diplomata.

Essa oposição política ao projeto das usinas começou no início deste ano, quando emperraram as negociações sobre o contrato de fornecimento de gás boliviano e o destino industrial e financeiro das refinarias da Petrobras em Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra. Paralelo aos problemas nas negociações do gás criados porque o governo da Bolívia chegou a propor tomar a custo zero as refinarias brasileiras, surgiram os protestos contras as usinas hidrelétricas sob a alegação de que elas prejudicaria a bacia hidrográfica boliviana.

Antes dessa animosidade, porém, o próprio Evo festejava a construção das usinas no Madeira. O presidente boliviano foi apresentado aos projetos das duas hidrelétricas no ano passado e considerou as obras importantes para o desenvolvimento da região. O professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, então consultor de Furnas, foi quem levou os projetos a Evo. A versão inicial previa não apenas duas, mas quatro usinas – as outras duas hidrelétricas seriam construídas no Rio Mamoré, que é o afluente do Madeira no território boliviano. Segundo Teixeira, que é professor titular de História Contemporânea na UFRJ, o governo da Bolívia não pode se dizer ?surpreendido? pela decisão de o Brasil conceder licença para as usinas de Jirau e Santo Antônio.

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