Mulher fica presa em armário após soterramento no Rio

Há mais de seis horas que Maria Auxiliadora Gomes da Silva, de 48 anos, está dentro de um armário no quarto da sua casa, soterrada na rua Jornalista Moacir Padilha, no centro de Niterói (RJ), onde parte do Morro do Estado desabou, desmoronando quatro casas e um pequeno bar. Os bombeiros, com a ajuda de operários da prefeitura e de diversos moradores, tentam chegar à casa onde, além de Auxiliadora, está seu filho, Sebastião Pereira da Silva Filho, de 22 anos, deficiente mental e físico.

Segundo o cabo Sodré, que comanda o resgate, Auxiliadora tem conversado com os bombeiros, tentando orientá-los para que possam ajudá-la. Eles têm recomendado que ela não fale muito para não perder o oxigênio que resta no armário, onde se escondeu quando houve o desmoronamento. Seu filho, porém, estaria na sala, mas os bombeiros não conseguem se comunicar com ele. Do lado de fora, o marido de Auxiliadora acompanha a tentativa de resgate.

No mesmo soterramento, faleceram Ezequiel Beco de Freitas, de 44 anos, e o paraplégico Enoka Silva Leonardo, que há um ano, num acidente de moto, perdeu sua perna esquerda. Quando desabou o morro, ele protegeu a filha, Monique, de 16 anos, que apenas faturou o braço. Na casa, estava também sua esposa, Helena, que nada sofreu.

Outro que sobreviveu porque saía de casa quando o desabamento começou foi José Maximiliano da Silva, de 84 anos. Ele disse que, desde às 19 horas de ontem, quando percebeu que haveria deslizamento, tentou chamar bombeiros mas não conseguiu.

Segundo o secretário de Obras de Niterói, José Roberto Mocarzel, há pelo menos 30 pontos de desabamentos na cidade e não se sabe ainda, ao certo, quantas vítimas. A última informação é de que 10 casas teriam desabado nas proximidades da rodovia Amaral Peixoto, em bairro chamado Bonfim, mas também não se teve notícias de vítimas.